São Paulo, sábado, 03 de junho de 2000


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TEATRO
Investimentos na publicidade das peças alcançam US$ 250 mil; para os atores, premiação pode levar ao cinema
Prêmio Tony é entregue amanhã em NY

DE NOVA YORK

Dinheiro e prestígio. Eis o binômio que estará em jogo amanhã, quando será entregue em Nova York o mais importante prêmio do teatro norte-americano, o Tony. São 21 categorias, mas as que importam mesmo são duas: melhor peça e melhor musical.
Dinheiro: uma dessas duas estatuetas significa mais turistas (o alvo principal da Broadway) querendo ver a peça, o que traz mais bilheteria -até 50% mais, segundo os produtores.
Daí o fato de os concorrentes investirem nesta época até US$ 250 mil em publicidade, se matarem para levar seus atores aos talk-shows televisivos e atrair o máximo dos votantes do prêmio para que vejam suas peças.
Prestígio: para um ator de teatro, uma vitória no Tony pode significar a ida para a TV e o cinema, onde estão o dinheiro e a exposição de verdade; para um ator de TV e cinema (caso de Gabriel Byrne, da remontagem "A Moon for the Misbegotten", e de Christopher Walken, do musical "James Joyce's the Dead"), o sempre bem-vindo reconhecimento dos palcos; e para o diretor e o produtor, bala na agulha para as próximas peças.
Pois bem.
Segundo a crítica local, quem deve sair vencedor nas tais duas categorias que realmente importam, peça e musical, são respectivamente "Copenhagen" e "Contact".
A cerebral "Copenhagen" trata de um momento crítico na vida de dois médicos famosos. Para muitos de seus detratores, o enredo de Michael Frayn é incompreensível.
Concorre com "Dirty Blonde", romance entre dois atores nova-iorquinos que tem como pano de fundo a vida da atriz de cinema Mae West; "The Ride Down Mt. Morgan", drama cômico de Arthur Miller, a história de um bígamo que vê suas duas mulheres se encontrarem na ante-sala do hospital em que está internado depois de um acidente de carro; e "True West", de Sam Shepard, que põe juntos nos palcos os ótimos John C. Reilly e Philip Seymour Hoffman, de "Magnólia".

Polêmica
Já a indicação de "Contact" vem causando polêmica entre os membros do sindicato de músicos da Broadway, que a consideram um não-musical, já que a peça não tem orquestra em cena nem composições originais.
De qualquer maneira, o espetáculo de dança que junta três historietas de amor enfrenta amanhã o pesos-pesados "James Joyce's the Dead", que já saiu de cartaz (quem duvidou que os americanos colocariam gente dançando ao ritmo da obra canônica do irlandês?); o também literato "The Wild Party", baseado no poema de Joseph Moncure March; e "Swing!", o mais típico musical da Broadway dos quatro.

A entrega
A atriz Rosie O'Donnel será a apresentadora que conduzirá o espetáculo, com início marcado para as 20h (21h de Brasília), no Radio City Hall, no centro de Manhattan, e transmissão pela rede pública PBS e pela emissora CBS.
Os 705 votantes do prêmio têm de fazer parte da American Theater Wing (ATW) e da American League of Theaters and Producers (ALTP), as detentoras dos direitos do Tony -que tem esse nome em homenagem a Antoinette Perry (1888-1946), atriz, produtora, diretora e presidente da ATW durante a Segunda Guerra.
(SÉRGIO DÁVILA)

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