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TEATRO
Investimentos na publicidade das peças alcançam US$ 250 mil; para os atores, premiação pode levar ao cinema
Prêmio Tony é entregue amanhã em NY
DE NOVA YORK
Dinheiro e prestígio. Eis o binômio que estará em jogo amanhã,
quando será entregue em Nova
York o mais importante prêmio
do teatro norte-americano, o
Tony. São 21 categorias, mas as
que importam mesmo são duas:
melhor peça e melhor musical.
Dinheiro: uma dessas duas estatuetas significa mais turistas (o alvo principal da Broadway) querendo ver a peça, o que traz mais
bilheteria -até 50% mais, segundo os produtores.
Daí o fato de os concorrentes investirem nesta época até US$ 250
mil em publicidade, se matarem
para levar seus atores aos talk-shows televisivos e atrair o máximo dos votantes do prêmio para
que vejam suas peças.
Prestígio: para um ator de teatro, uma vitória no Tony pode significar a ida para a TV e o cinema,
onde estão o dinheiro e a exposição de verdade; para um ator de
TV e cinema (caso de Gabriel
Byrne, da remontagem "A Moon
for the Misbegotten", e de Christopher Walken, do musical "James Joyce's the Dead"), o sempre
bem-vindo reconhecimento dos
palcos; e para o diretor e o produtor, bala na agulha para as próximas peças.
Pois bem.
Segundo a crítica local, quem
deve sair vencedor nas tais duas
categorias que realmente importam, peça e musical, são respectivamente "Copenhagen" e "Contact".
A cerebral "Copenhagen" trata
de um momento crítico na vida
de dois médicos famosos. Para
muitos de seus detratores, o enredo de Michael Frayn é incompreensível.
Concorre com "Dirty Blonde",
romance entre dois atores nova-iorquinos que tem como pano de
fundo a vida da atriz de cinema
Mae West; "The Ride Down Mt.
Morgan", drama cômico de Arthur Miller, a história de um bígamo que vê suas duas mulheres se
encontrarem na ante-sala do hospital em que está internado depois de um acidente de carro; e
"True West", de Sam Shepard,
que põe juntos nos palcos os ótimos John C. Reilly e Philip Seymour Hoffman, de "Magnólia".
Polêmica
Já a indicação de "Contact" vem
causando polêmica entre os
membros do sindicato de músicos da Broadway, que a consideram um não-musical, já que a peça não tem orquestra em cena
nem composições originais.
De qualquer maneira, o espetáculo de dança que junta três historietas de amor enfrenta amanhã o
pesos-pesados "James Joyce's the
Dead", que já saiu de cartaz
(quem duvidou que os americanos colocariam gente dançando
ao ritmo da obra canônica do irlandês?); o também literato "The
Wild Party", baseado no poema
de Joseph Moncure March; e
"Swing!", o mais típico musical da
Broadway dos quatro.
A entrega
A atriz Rosie O'Donnel será a
apresentadora que conduzirá o
espetáculo, com início marcado
para as 20h (21h de Brasília), no
Radio City Hall, no centro de Manhattan, e transmissão pela rede
pública PBS e pela emissora CBS.
Os 705 votantes do prêmio têm
de fazer parte da American Theater Wing (ATW) e da American
League of Theaters and Producers
(ALTP), as detentoras dos direitos do Tony -que tem esse nome
em homenagem a Antoinette
Perry (1888-1946), atriz, produtora, diretora e presidente da ATW
durante a Segunda Guerra.
(SÉRGIO DÁVILA)
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