|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GASTRONOMIA
La Casserole chega aos 50 e ganha reverência estrelada
LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa cidade como São Paulo,
onde restaurantes abrem e fecham num piscar de olhos, cinco
décadas é um tempo respeitável.
Ainda mais quando a casa mantém, além da regularidade exemplar da cozinha, o mesmo endereço, as mesmas instalações e o
charme da época da inauguração.
Por isso os 50 anos do La Casserole, um dos mais tradicionais
franceses da cidade, merece comemoração, com um festival de
pratos clássicos da cozinha do
país de origem de seus fundadores, interpretados por chefs estrelados que atuam em São Paulo.
O casal Henry, Roger e Fortunée, fundou o Casserole no que
era à época um ponto chique da
cidade, o largo do Arouche, bem
defronte ao mercado de flores.
Ao longo do tempo, a região
passou por transformações, perdeu o clima aristocrático, se deteriorou, viu crescer a violência no
entorno, mas agora vivencia, como um prêmio pela resistência, o
ressurgimento da área, dentro da
revitalização do centro da cidade.
Há mais de uma década o casal
não está à frente do negócio, que é
pilotado pela filha Marie France.
Mas tudo o que ele criou e deu a
"cara" e a fama ao La Casserole
permanece no simpático bistrô
do largo do Arouche.
Do cardápio original de cinco
décadas atrás, muitos pratos permanecem intocados. Não há mais
a exagerada dezena de opções de
omeletes, por exemplo, mas clássicos como o gigot (perna de cordeiro) com feijão branco, o coq au
vin (galinha no molho de vinho)
ou o rognon au Beaujolais (rins ao
vinho tinto Beaujolais), e os profiteroles continuam firmes e na liderança dos pedidos por parte da
clientela fiel.
O La Casserole surgiu em São
Paulo, lembra Marie, num tempo
em que o cardápio podia perfeitamente ser escrito somente em
francês: "As pessoas que vinham
aqui entendiam".
O endereço do Arouche colocou
à disposição de quem ia ao Municipal ou aos demais teatros da região o conceito de bistrô, ou seja,
o próprio dono comandando o
salão e a cozinha, no início formatada por chefes trazidos da França
especialmente para isso.
"Os chefes que vieram no começo reclamavam da falta de ingredientes como escargots, trutas.
Diziam que não dava para fazer
culinária francesa aqui. Meu pai
chegou a pedir para um cliente
criar trutas para ele..."
Com o tempo, esses contratempos foram superados e, há nada
menos que 37 anos, um recorde, a
cozinha foi assumida pelo ex-aprendiz Antônio Jerônimo da
Silva, que lá está diariamente e cujos pratos, agora, vão ser reverenciados por chefs famosos no seguinte calendário:
Junho - Alex Atala (D.O.M): escargots da Marie;
Julho - Ana Cristina Zambelli
(Cantaloup): mignon de vitela, risoto de lentilha e foie gras;
Agosto - Erick Jacquim (Café
Antique): costeletas de cordeiro
com crosta de mostarda;
Setembro - Lauren Suaudeau
(Laurent): perdiz com favas;
Outubro - Salvatore Loi (Fasano): camarão à mediterrânea.
LA CASSEROLE. Onde: largo do
Arouche, 346, centro, tel. 0/xx/11/3331-6283. Quando: de ter. a sex., das 12h às
15h e das 19h à 0h; sáb., das 19h à 1h.
dom., das 12h às 16h e das 19h às 23h.
Texto Anterior: Artes plásticas: Exposição atenta para os "dissidentes" britânicos Próximo Texto: Mundo Gourmet: Dentro de franquia, Emporium Plaza consegue bom resultado Índice
|