São Paulo, quarta, 3 de junho de 1998

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Machado de Assis foi "milagre', diz o mexicano Carlos Fuentes

das agências internacionais

O autor mexicano Carlos Fuentes disse anteontem que o escritor Machado de Assis representou um milagre literário.
O pronunciamento aconteceu em Madri, Espanha, durante a conferência "Machado de La Mancha: Homenagem a Machado de Assis", realizada por Fuentes.
Segundo o autor, considerado o maior romancista vivo do México, Machado de Assis representou um milagre para a literatura latino-americana do século 19. "Um século de pouco brilhantismo para as letras na América Latina", disse o escritor.
Fuentes disse existir duas tradições no romance moderno. "A tradição de La Mancha, que surge a partir da obra de Cervantes, e a de Waterloo, que se origina na Europa do século 19, com os romances de Balzac, Zola, Tolstói e Stendhal", afirmou.
Para Fuentes, Machado foi um renovador da "tradição de La Mancha" na América Latina.
"Machado de Assis é um representante da herança de Cervantes, ao defender que não poderia haver criação sem a tradição que a alimentasse e a renovasse", disse.
Assistiram à conferência de Fuentes o escritor português José Saramago e o autor nicaraguense Sergio Ramírez.
Carlos Fuentes é autor, entre outros, dos romances "Gringo Velho" , "A Morte de Artêmio Cruz" e "A Laranjeira", e foi um dos nomes cogitados para o Prêmio Nobel de Literatura de 1997.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1830 e morreu em 1908. Machado foi um dos mais importantes escritores brasileiros, autor de clássicos como "Dom Casmurro", "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Quincas Borba".



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