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Representantes do MinC faltam na
abertura de seminário de cinema
INÁCIO ARAUJO
enviado especial a Florianópolis
O 2º Seminário de Cinema e Televisão do Mercosul começou na
segunda-feira com uma pequena
gafe brasileira. Na mesa de abertura do evento, que acontece em
Florianópolis, os representantes
do Ministério da Cultura -Moacir de Oliveira e Eric Nepomuceno- não compareceram.
O tema "Políticas para o Audiovisual do Mercosul" foi discutido
pelos argentinos Kiko Tenenbaum
e José Luis Castiñeira de Dios
(músico que tocou com Piazzola),
o uruguaio Gonzalo Carambula e
o brasileiro Esdras Rubin, diretor
do Festival de Gramado.
A ausência foi sentida não só
porque o Brasil representa, em
termos de mercado, cerca de três
quartos do Mercosul, como porque boa parte da discussão girou
em torno da necessidade de compatibilizar legislações, para que
produtos e produções comecem a
circular de fato na região.
"Temos muitas declarações de
amizade e poucas leis concretas",
resumiu Castiñeira de Dios, que
representava o Parlamento Cultural do Mercosul. No mais, os problemas são próximos, sobretudo
para Brasil e Argentina.
Como lembrou Tenenbaum, um
problema central é "recuperar
nossos próprios mercados", o
que, no seu entender, é um problema nacional. No entanto, facilitar a circulação de técnicos e atores lhe parece essencial para favorecer a circulação de mercadorias.
A tarde foi dedicada ao tema
"Produções e Co-produções com
TVs Nacionais" e teve a participação de Petrus Barreto (Globosat),
Roberto Petti (GNT), Wilson Cunha (Multishow), Marcelo Sirângelo (Bravo Brasil) e Nice Benedicts (Telecine).
A questão mais interessante do
debate veio de uma pergunta da
platéia: em que pesquisas se baseiam as TVs pagas para estabelecer suas programações?
Resposta surpreendente: em
praticamente nenhuma. Nice Benedicts disse que o Telecine, por
exemplo, usa apenas uma pesquisa em que seus assinantes revelam
os gêneros preferidos. Ora, como
a audiência desses canais não é
aferida pelo Ibope, a pergunta que
ficou no ar é: qual o critério para
aferir a satisfação do espectador?
Então, como saber o valor de um
filme se não se tem idéia do interesse que tal ou qual produto suscita nos espectadores pagantes?
Após três horas de discussão, a
segunda mesa encerrou-se deixando no ar questões como essa. E
a impressão de que a TV paga no
Brasil ainda é um negócio que caminha no escuro. Ao menos, do
ponto de vista do assinante.
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