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POLÍTICA CULTURAL
Apesar do fim do monopólio, Petrobrás deve manter investimento de R$ 10 milhões na cultura em 98
Patrocínio é refém de "vontade política"
da enviada especial ao Rio
"Vontade política", seja de ministros, seja de presidentes ou diretores de empresa, é outro fator
determinante para garantir o patrocínio a projetos culturais como
um instrumento de marketing.
A opinião é do coordenador de
publicidade e patrocínio da Petrobrás, Luís Fernando Nery, responsável por administrar os cerca de
R$ 10 milhões que a estatal investe
no setor anualmente.
"A visão do presidente e da diretoria é que vai determinar o investimento, independente de ser capital privado ou estatal. Isso é o
mais importante", afirmou.
O prognóstico é reiterado pelo
secretário de Apoio à Cultura do
MinC, José Álvaro Moisés. "Tanto o ministro Sérgio Motta, quanto Luiz Carlos Mendonça de Barros demonstraram preocupação
com a cultura. Após a privatização
das teles, dependerá da compreensão, da mentalidade e da vontade
desses grupos de acionistas para
continuar investindo", afirmou.
Atualmente, a palavra final sobre os projetos que receberão recursos das teles vem diretamente
do Ministério das Comunicações.
O critério, segundo declaração
por meio da assessoria de imprensa, é "atender os projetos dos diferentes setores, dos diferentes
segmentos culturais do país. A
idéia é tentar preservar a cultura e
os valores nacionais".
Depois das teles, a Petrobrás é a
mais importante investidora em
cultura entre as estatais. Ela está
em quarto lugar na lista dos 20
maiores investidores quanto à utilização da Lei Rouanet, de incentivo fiscal, divulgada pelo Ministério da Cultura (leia texto ao lado).
A empresa também passa por
mudanças atualmente com o final
do monopólio do petróleo. A partir de agosto, várias empresas privadas terão autorização para investir no setor -coisa que já
acontece hoje com a distribuição.
Num cenário de competitividade, com a participação de empresas de capital privado, está ocorrendo uma reestruturação em várias áreas da empresa.
Para 98, no entanto, está mantido o patamar de R$ 10 milhões de
investimento em cultura. Suas
prioridades para o ano são artes
plásticas, música, eventos de cinema e patrimônio histórico.
Atualmente, a empresa patrocina a mostra "Dalí Monumental",
com obras do pintor espanhol em
cartaz no Masp (Museu de Arte de
São Paulo) e a ópera-instalação de
Peter Greenaway. A empresa, que
analisa mais de mil propostas por
ano, já tem contratos de patrocínio fechados até o 99.
A autonomia de Nery, no entanto, tem limites. Segundo ele, cerca
de 40% dos projetos realizados
precisam antes passar pela aprovação da diretoria da empresa.
(PATRICIA DECIA)
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