São Paulo, sexta, 3 de julho de 1998

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Secretário crê em "tendência estrutural"

da Reportagem Local

Diante da imprevisibilidade do que acontecerá com o investimento em cultura das teles após a privatização, o secretário de Apoio à Cultura do MinC, José Álvaro Moisés, crê que uma "tendência estrutural" garantirá a continuidade do patrocínio a longo prazo.
"Há uma tendência estrutural do mercado, o número de empresas que usa o marketing cultural cresce exponencialmente. Qualquer grupo econômico que compre as teles, exista ou não imposição estatal, sabe que é importante fazer marketing cultural", disse. Leia trechos da entrevista. (PD)

Folha - Qual será o impacto da privatização das teles no financiamento à cultura?
José Álvaro Moisés -
Essa é uma estimativa que não dá para fazer. Haverá uma fase de ajustamento, mas fazer ciência exata não dá. O que a sociologia política ensina nesses casos é identificar tendências, que não correspondem a um ano, mas a um ciclo.
Folha - E qual é essa tendência?
Moisés -
Todas as empresas, de todos setores, passaram a investir mais em marketing cultural. As estatais têm tradição mais antiga no setor, mas é nas empresas privadas que a curva de crescimento é maior. Daí, é possível concluir que as teles, transformando-se em empresas privadas, acompanharão a tendência do setor. Essa tendência não é conjuntural, não circunstancial, mas permanente.
Folha - Um dos primeiros efeitos em qualquer privatização é o corte de custos.
Moisés -
Isso são fatos da vida que você não consegue evitar. Mulher menstrua toda mês, não?
Folha - E o que isso causará num momento inicial?
Moisés -
Não quero falar de momento inicial, de coisas circunstanciais. Tudo indica, a médio e longo prazos, que elas não vão abandonar o patrocínio.
Folha - Caso haja diminuição de recursos, o que o Ministério da Cultura vai fazer?
Moisés -
Se isso acontecer, coisa que não acredito, nós nos antecipamos com duas iniciativas. Uma é o lançamento da campanha para pessoa física. Outra é trabalhar com produtores em busca das empresas que pagam impostos, poderiam entrar no sistema e ainda não o fizeram.



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