da Reportagem Local

"Eu era o rei da acid house", diz o DJ inglês Jazzy M, que se apresentou ontem, em São Paulo. Jazzy faz parte do elenco de DJs de um dos clubes mais importantes da cena dance, o Ministry of Sound, de Londres, fundado em 91.
Mas sua influência no movimento, que comemora dez anos em 98, começou antes mesmo da explosão da acid house na Inglaterra.
Em 85, Jazzy deu início ao programa "The Jackin' Zone", da rádio LW1, uma das portas de entrada da house na ilha britânica.
"Fui o primeiro DJ inglês a tocar house. Na época do início da acid house eu estava no topo. Todo mundo em Chicago e Detroit enviava para mim fitas com suas músicas. Tocava coisas que só seriam lançadas um ano depois", conta.
"Meu programa de rádio era mais atual do que qualquer outro. Era o "globo de ouro', pois todo mundo da house que fez sucesso no Reino Unido passou pelo meu programa", explica.
A importância de Jazzy no movimento está sendo reconhecida na Inglaterra, onde ele participa de um documentário sobre os dez anos da acid house, produzido pelo Channel Four britânico.
Jazzy considera que o movimento gerou mudanças fenomenais na música produzida na Inglaterra e no resto do mundo, principalmente no processo de criação de uma faixa eletrônica.
"A tecnologia de hoje faz a house music soar muito velha. Sei que as músicas que existem hoje em dia ainda fazem as pessoas delirarem do mesmo jeito que faziam há dez anos, mas a house está muito mais adiantada", diz.
Ele descreve as facilidades de hoje: "Posso ir a um estúdio e criar uma música em um dia. Marco um horário com o meu engenheiro de som e saio com a faixa pronta. Há dez anos levaria uns dois ou três dias editando em uma mesa de 16 ou 24 canais", compara.
Segundo ele, o consumo de ecstasy é um fato, mas não significa que é necessário para compor a música. "Não vou negar que as drogas foram parte da cena, assim como foram no rock'n'roll. Mas minha droga é a música. Tenho o chamado "ecstasy natural'." (LF)



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