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MÚSICA
Festival suíço, que tem início hoje, traz atrações de vários gêneros musicais, além de exposições e dança flamenca
Montreux celebra namoro com a MPB
CARLOS CALADO
especial para a Folha
O cantor e compositor norte-americano Bob Dylan é a principal
atração da noite de abertura do 32º
Montreux Jazz Festival, que acontece hoje, na Suíça.
O mais eclético festival musical
da Europa prossegue até dia 18. A
programação inclui desde blues e
funk até música concreta, além de
pop eletrônico, folk, MPB, música
afro-cubana e, claro, jazz.
Para a música popular brasileira,
esta edição do festival terá um sabor de festa. Gilberto Gil, Marisa
Monte e os Novos Baianos comemoram amanhã 20 anos de noites
brasileiras em Montreux.
Sem dúvida, o pioneirismo desse
festival contribuiu para que a MPB
conquistasse um espaço cada vez
maior nos eventos internacionais.
A tradição de reservar o primeiro fim-de-semana do festival para
a música brasileira continua. A
noite "Nordeste Brazil", neste domingo, reúne os pernambucanos
Alceu Valença, Antúlio Madureira
e a banda baiana Eva.
Como já aconteceu em edições
anteriores, o festival vai tentar se
aliar à Copa. A tática é oferecer telões para que os festivaleiros possam acompanhar os jogos de suas
seleções, entre um show e outro.
Mesmo assim, a própria direção
do evento acredita que a concorrência do futebol dificilmente permitirá que a marca de 170 mil espectadores, registrada na última
edição, seja superada em 98.
Se alguns artistas anunciados
para esta edição já se tornaram figurinhas fáceis em Montreux, como B.B.King, Herbie Hancock e
George Duke, também não faltam
algumas atrações inusitadas.
É o caso do concerto que Pierre
Henry, 70, comanda amanhã. Simultaneamente ao show de MPB,
o pioneiro compositor de música
eletro-acústica exibe pela primeira
vez sua obra "Remix da 10ª Sinfonia de Beethoven", envolvido por
uma instalação sonora e visual que
inclui 60 alto-falantes.
Outra atração incomum para
um festival de jazz acontece no dia
13: o cantor e dançarino espanhol
Joaquín Cortés comanda uma noite dedicada ao flamenco.
O festival de Montreux não se
restringe à música. A exemplo de
anos anteriores, uma exposição
vai reunir pinturas, gravuras e desenhos de músicos famosos, como
o jazzista Miles Davis e os roqueiros John Lennon e Ron Wood.
Ainda nessa linha, quem assina o
cartaz oficial do festival em 98 é o
cantor e baterista Phil Collins. O
ex-Genesis volta a apresentar versões instrumentais de suas canções, acompanhado por uma "big
band", como fez em 96.
Outra exposição comemora os
50 anos da gravadora Atlantic. Fotos e vídeos vão lembrar os artistas
que fizeram a história desse selo,
importante na divulgação de gêneros musicais como o rhythm
and blues e a soul music.
Desde o anúncio inicial da programação, em abril, algumas atrações já foram canceladas. É o caso
de George Clinton, mestre do funk
norte-americano, que será substituído pelo africano Youssou
N'Dour, no dia 18.
Divulgado inicialmente como a
noite de gala que encerraria o festival, no dia 19, o programa "Oscar Peterson and Friends" também foi cancelado. Entre as novidades aparecem o pianista cubano
Gonzalo Rubalcaba e o cantor folk
David Crosby.
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