São Paulo, Sábado, 03 de Julho de 1999
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MORUMBIFASHION
Curvas brasileiras influenciam a moda

Reprodução
Giselle Bundchen na "Vogue" América


da Redação

Começou com Shirley Mallmann; avançou com Gianne Albertone; explodiu com Giselle Bundchen; refletiu em Fernanda Tavares; respingou em Isabelli Fontana. Esses nomes são hoje do domínio dos mais importantes veículos de moda do mundo. A mulher brasileira é a tal.
As formas típicas dos corpos "made in Brazil" influenciam a estética da moda nesta virada de milênio, que vê novos valores no horizonte: saúde, sexo e vitalidade. Saem de cena hypes dos anos 90, como o look anoréxico e assexuado; a tal atitude como se fosse sob efeito de drogas (na tendência chamada "heroin chic"); a androginia.
É "o retorno das curvas", conforme festeja a conceituada "Vogue" América, em sua edição deste mês. Como ilustração, Giselle totalmente nua (1,79 m; 88 cm de quadril e 88 cm de busto), em registro do mestre da fotografia de moda Irving Penn (a foto teria desagradado a modelo por ter salientado muito seus seios e foi feito um acordo com a revista para que a foto não seja mais utilizada).
Carolyn Murphy e, principalmente, Carmen Kass (com Giselle na campanha de Versace) são outras modelos internacionais nessa tendência. Bundchen está na capa dessa "Vogue" (a primeira brasileira a estar ali) e ganhou edição exclusiva da publicação cosmopolita "Big".
Para a editora-executiva da versão brasileira da "Big", Denise Mauler, "as pessoas não aguentavam mais ver tristeza, agora elas querem imagens mais saudáveis". "Já houve muito essa coisa de esquisitice na passarela, tanto que quem não era do mundo da moda não entendia nada, achava tudo um horror", avalia Analu Oliveira, booker da agência Marilyn, que comemora a entrada de Fernanda Tavares (91 de quadril, 89 de busto, 1,78 m) no seleto time das estrelas da publicidade de moda.
"A moda está num momento muito feliz e o movimento da mulher brasileira é privilegiado", afirma Carlos Miéle, que festeja a ascensão de Isabeli Fontana, modelo exclusiva de sua M.Officer. "Quero ter o nome conhecido", diz a ambiciosa menina, que já tem 89 de busto, 91 de quadril e 1,77 m; e completa 16 anos amanhã, dia do desfile da marca no evento. Nessa mesma edição da revista "Vogue", um longo texto celebra a jovem Isabeli e a define como uma modelo que "parece americana com algum toque de exotismo ou talvez o contrário".
Com a inversão dos padrões, o mercado está desesperado atrás de meninas com "peito e bunda". "Isso dá problema para a gente, já que muitas das meninas de 13 ou 14 anos nem têm corpo formado direito", reclama Analu. (ERIKA PALOMINO e RONALD VILLARDO)


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