São Paulo, Sábado, 03 de Julho de 1999
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MEMÓRIA
Criador dos Stones morreu há 30 anos
Livros confrontam morte de Brian Jones

SYLVIA COLOMBO
de Londres

Depois de transformar o pop dos anos 60, desfilar por Londres usando sedas de Marrakesh e de criar uma das maiores bandas de rock da história, os Rolling Stones, o polêmico multiinstrumentista Brian Jones, 26, amanheceu morto na piscina de sua casa, na capital britânica, em 3 de julho de 1969.
Trinta anos depois, dois livros estão sendo lançados na Inglaterra trazendo novos argumentos para a versão, já conhecida, porém não oficial, de que o stone teria sido, na verdade, assassinado.
"The Murder of Brian Jones" ("O Assassinato de Brian Jones"), da ex-namorada do músico Anna Wholin, e "Brian Jones: The Last Decadent" ("Brian Jones: O Último Decadente"), de Jeremy Reed, tentam confrontar a explicação que foi divulgada à época de que Jones teria se afogado sozinho na piscina de sua mansão.
Segundo a versão que ficou no arquivo da polícia e que foi divulgada pela mídia, na madrugada em que Jones morreu, estava acontecendo em sua casa uma pequena festa. Os convidados seriam o construtor Frank Thorogod, que comandava uma equipe de empregados que estava fazendo uma reforma nos jardins e na piscina, Janet Lawson, amiga do Stone, e a estudante sueca Anna Wholin.
Jones estaria deprimido, pois apenas poucas semanas antes tinha sido expulso dos Rolling Stones sob os argumentos de que teria se entregado às drogas e negligenciado a banda. A uma certa altura daquela noite, ele teria decidido nadar um pouco, estava embriagado e se afogou sozinho.
O que Anna Wholin, hoje com 53 anos, defende em seu livro é que Jones teria sido afogado pelo construtor Thorogod, tendo como cúmplices os outros construtores.
Jeremy Reed também defende que Thorogod seja o assassino de Brian Jones. O escritor diz em seu livro que o construtor considerava o stone um "alvo fácil", vulnerável à sanha dos empregados, pois posava como pop star, bebia o dia inteiro, recebia várias mulheres e os destratava com frequência.
Reed também acha que os empregados podem ter agido sob ordens de outras pessoas. Ressalta que o músico teve várias mulheres e filhos, por ele renegados.
No dia 5 de julho de 1969, dois dias depois de sua morte, os Stones fizeram um concerto no Hyde Park para Jones. Era uma forma de homenagear o criador da banda, responsável por sua transformação psicodélica, um dos momentos mais inspirados do conjunto.


Livro: The Murder of Brian Jones
Autora: Anna Wholin
Lançamento: Blake Publications
Quanto: US$ 20 (151 págs.)

Livro: Brian Jones: The Last Decadent
Autor: Jeremy Reed
Lançamento: Creation Books
Quanto: US$ 17,95 (160 págs.)



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