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MÚSICA
Festival vira associação e quer investir em bandas locais
Porão do Rock reúne 22 bandas e 20 mil pessoas em Brasília
RODRIGO DIONISIO
enviado especial a Brasília
Concha Acústica do Lago, em
Brasília, lotada por aproximadamente de 20 mil pessoas. Grupos
locais tocando rock, ska, blues e
reggae. O Plebe Rude encerra os
dois dias de show. Começo dos
anos 80? Não, foi no último fim-de-semana no Distrito Federal.
O festival Porão do Rock 99, que
aconteceu de 31/7 a 1º/8, surgiu
exatamente para reavivar a cena
musical da cidade. A primeira
edição, no ano passado, reuniu 14
bandas em apenas um dia de
shows. Este ano, o festival cresceu
e vai virar uma associação.
A história começou quando a
rádio Cultura FM de Brasília
(100,9), por meio do programa
Cult 22, levantou a existência de
107 bandas em atividade no DF.
"Nós percebemos que havia muita gente profissional por aqui e
que era hora de fazer alguma coisa legal",diz o coordenador do
festival e vocalista do grupo Plástika, Ulysses Xavier.
"Fazer alguma coisa" significou
montar uma comissão de músicos e selecionar 18 participantes
entre os 107 grupos locais. "Então,
pedimos para esses músicos indicarem gente de fora de Brasília
que pudesse participar", conta o
coordenador. Assim, foram chamadas mais quatro bandas: Ultramen (RS), Sheik Tosado (PE), Autoramas (RJ) e Inocentes (SP).
Com a programação definida,
era hora de correr atrás do dinheiro. O orçamento original do festival era de R$ 200 mil, segundo Xavier, mas o grupo conseguiu muito mais. "Só de inserções publicitárias na TV, nós ganhamos o
equivalente a R$ 80 mil", afirma.
O festival ganhou a campanha
publicitária, a produção de 2.000
cartazes e de 20 mil fanzines para
divulgar o evento, o sistema de luz
e som, com o incentivo da prefeitura do DF, e a gravação dos
shows, que vão virar um CD.
O disco deve sair até o final do
ano, pela gravadora Trama, e o
novo clipe do grupo Rumbora, "Ó
do Borogodó", vai sair da gravação da apresentação.
Com o público recorde, o Porão
do Rock passou a ser o segundo
maior festival independente do
país, só perdendo para o Abril Pro
Rock, segundo Xavier. O Porão
também faz parte agora do calendário oficial de eventos do DF.
Ainda este ano, será criada a Associação Porão do Rock, para realizar os festivais dos próximos
anos e para gerar dinheiro para a
produção local. "Com a associação formalizada, 34% do dinheiro
conseguido para os eventos será
investido na prensagem de CDs
das bandas locais", diz Xavier.
"Todo mundo trabalhou aqui
sem cobrar nada, eu mesmo sou
músico e não produtor. Acho que
nós estamos participando de um
momento histórico, mas esse tipo
de coisa você só consegue perceber depois, e não quando tudo está acontecendo", afirma Xavier.
O jornalista Rodrigo Dionisio viajou a convite da organização do festival
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