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EXPOSIÇÃO
Evento no MIS sintetiza trabalho realizado pela marca M. Officer com artistas contemporâneos
"Contaminação" mistura arte e moda
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
O estilista Carlos Miele, da M.
Officer, chegou lá. Depois de tentar, com todas as forças (suas e de
amigos artistas, fotógrafos e músicos contemporâneos), realizar
em seus modelos e desfiles a conjunção de arte e moda, Miele conquista, a partir de hoje, um espaço
museológico da cidade -o Museu da Imagem e do Som- para
exibir suas criações.
A mostra "Contaminação" começa com sequência de fotos de
Arthur Omar feitas a partir dos vídeos que realizou com a marca:
"A Última Sereia", "A Lógica do
Êxtase" e "Pânico Sutil" (os dois
últimos irão para a retrospectiva
de Arthur Omar, no MoMA de
NY, e serão exibidos no evento).
Tunga ocupa a privilegiada sala
oval do museu com uma simulação do desfile que realizou em
1997. O artista criou uma instalação em que redes repletas de objetos utilizados na ocasião, como
ossos, baldes e funis, cairão sobre
fotos do desfile.
De Iran do Espírito Santo, um
dos primeiros a trabalhar com a
grife, serão apresentadas impressões que realizou sobre tecido,
hoje no acervo do MAM-SP.
Comparecem ainda fotos de
Wilton Montenegro da performance de Cabelo (desfile de
1998), fotos de Mário Cravo Neto
sobre performance de Carlinhos
Brown e o grupo Timbalada, fotos
de moda de Rafic Farah, fotos de
bastidores de desfiles por André
Schiliró e jóia de Tomie Ohtake
criada para desfile, além de quatro vídeos de Carlos Miele (o último, "Corpo Presente - Fronteiras
Imaginárias", é sobre a obra de
Nelson Leirner) e modelos e tecidos de sua grife. O espaço foi concebido pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
"Não existe uma curadoria. Foram atitudes intuitivas. Essa relação entre arte e moda tem criado
um estranhamento, tem feito as
pessoas pensarem. Essa nossa atitude ainda hoje causa estranhamento no mundo da moda", disse
Carlos Miele sobre seu trabalho,
declaração que em certa forma
reitera o caráter híbrido que marca o evento.
"Contaminação" é híbrida e
institucional, já que, além de tentar abrir os olhos da moda para a
arte, serve também para divulgar
o trabalho desenvolvido pela
marca. Caberá ao espectador
manter seus olhos abertos e saber
diferenciar o que é moda, o que é
arte e como o mercado conseguiu
reunir os dois, para optar pelo que
melhor lhe convém.
Mostra: Contaminação
Onde: MIS (av. Europa, 158, tel. 0/xx/ 11/881-4417)
Vernissage: hoje, às 20h
Quando: de ter. a dom., das 14h às 22h
Quanto: grátis
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