DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil é pop. Isso é o que sugere a lista de indicações para o 4º Grammy Latino, que será entregue hoje em Miami, EUA. Das 41 categorias concorrentes ao prêmio, uma subdivisão do tradicional Grammy Awards, 17 contam com candidatos brasileiros.
Além de convidar o pagodeiro Alexandre Pires para dividir o palco com a cantora teen Kelly Clarkson, a Academia Latina das Artes e Ciências da Gravação resolveu conceder ao ministro da Cultura brasileiro, Gilberto Gil, o prêmio de Personalidade do Ano.
A homenagem, na presença do ministro, seria realizada na noite de ontem em um jantar/show beneficente que, de acordo com a organização, contaria com apresentações de Jorge Ben Jor, Daniela Mercury e do próprio Gil.
Entre outros artistas nacionais que obtiveram destaque na escolha dos cerca de 4.000 jurados da instituição estão os Tribalistas, de Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, indicados nas categorias melhor álbum pop brasileiro contemporâneo, melhor canção brasileira ("Já Sei Namorar") e álbum do ano.
Alexandre Pires, Caetano Veloso e Milton Nascimento vêm em seguida com duas indicações.
A cantora e compositora Fernanda Porto conseguiu a indicação de revelação do ano pela mistura de drum'n'bass e MPB apresentada em seu disco de estréia.
Entre os favoritos do Grammy Latino estão o produtor Sergio George (Bacilos, Tito Nieves), com seis indicações, e o cantor colombiano Juanes, com cinco.
O SBT fará a transmissão do evento ao vivo para o Brasil a partir das 22h.
Criada em 1997, a Latin Recording Academy (Academia de Gravação Latina) só conseguiu realizar o primeiro Grammy Latino em 2000. No ano seguinte, como consequência dos atentados de 11 de setembro, a cerimônia foi adiada e só transmitida pela internet. Em 2002, foi a Hollywood.
2003 é, portanto, o primeiro ano em que o evento acontecerá em Miami. Motivo de comemoração por parte dos políticos da região, a transferência, segundo Gabriel Abaroa, 41, presidente da academia, visa reforçar o "sabor latino" da premiação. Em meio à crise financeira da indústria fonográfica e à recente ameaça de protestos dos exilados cubanos residentes em Miami, Abaroa afirma: "É tudo em favor da música, nada de mensagens, nada de política".