|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUÍDO
Modelo atual é inviável, diz executivo
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Executivo que participou da
fase axé da Universal e da efêmera experiência Abril Music, Alexandre Ktenas, 36, arquiteta troca de rota, fundando o selo independente Ufa e adotando nova
retórica sobre o mercado.
"O modelo atual provou que
não é mais eficaz. As novas tecnologias e as piratarias em todas
as suas formas tornaram a simples venda de CDs em lojas um
mau negócio, para não dizer inviável", dispara Ktenas.
"E não adianta culpar os chineses, os paraguaios, a polícia
ou os hackers, nem olhar para o
umbigo sujo e achar que a culpa
é da própria indústria e de seus
executivos. Todo mundo vai ter
que rebolar para se adaptar à
nova realidade. Inventaram a
máquina de tear, mas não
adianta matar as costureiras."
Como rebola Ktenas? Um de
seus artistas, o veterano Léo Jaime, deve gravar as faixas de um
novo disco aos poucos, lançando as faixas imediatamente na
internet e em singles.
"No site, vai se poder baixar a
música, e o número da conta estará ali ao lado no site para podermos pagar direitos. Se o cara
achar por bem pagar, lindo. Se
não, celebramos um acordo
com as editoras para pagar de
acordo com as médias de músicas baixadas", diz. Depois, um
CD de 14 faixas será montado e
vendido via internet e em shows.
O Ufa também lançará o novo
CD dos gaúchos roqueiros do
Bidê ou Balde?, que elegeram o
título ("É Preciso Dar Vazão aos
Sentimentos") por enquete entre internautas do Orkut.
O NÃO-LANÇAMENTO
Com o auxílio de Luiz Calanca, da loja/selo independente paulistano Baratos
Afins, Arnaldo Baptista ensaiou uma volta pós-traumatismo craniano em 1987,
com este estranhíssimo
"Disco Voador". A capa era
uma pintura do próprio ex-mutante, e as nove faixas
gravadas com qualidade técnica e segurança artística
próximas de zero transpiravam o desalento em que Arnaldo se encontrava. Luiz
Calanca refere-se hoje ao
"Disco Voador" como um
LP que "teve mesmo mais
valor terapêutico que artístico" -e nunca o relançou
em CD. Mas se trata de um
testemunho vivo (ainda que
de certa forma até cruel) do
vagaroso e progressivo processo de recuperação do
músico, que culmina agora
no altivo "Let It Bed", o álbum que a medicina disse
que nunca existiria.
RAP NA MAJOR
Formada por dois veteranos
do hip hop paulista, a dupla
Helião e Negra Li chega à
grande indústria musical com
aparato. A major Universal
investe no disco, que terá
participação especial de
Marcelo D2, entre outros. A
faixa "Guerreiro & Guerreira"
está incorporada à trilha da
nova novela global das sete. E a
dupla abrirá os shows do
rapper norte-americano 50
Cent no Rio e em São Paulo,
dias 17 e 18.
SAMBALANÇO 1
Diva secreta do samba-rock
nos anos 70, Elizabeth Viana
está de volta, gravando CD
inédito sob produção de Luis
Vagner e fazendo shows todas
as quartas de setembro, na
Cervejaria Imperial, em São
Paulo. Em fevereiro passado,
ela tentava contato com Jorge
Ben Jor (autor de seu maior
sucesso, "Meu Guarda-Chuva"), pedindo-lhe uma
música inédita pelo mural de
recados do site oficial do autor
(www.jorgebenjor.com).
SAMBALANÇO 2
O grupo de bossa eletrônica
Bossacucanova reserva vaga
para uma constelação samba-soul em seu novo CD, "Uma
Batida Diferente": participam
Marcos Valle, Trio Mocotó,
Orlandivo, Bebeto e Wilson
Simoninha, entre outros.
psanches@folhasp.com.br
Texto Anterior: Música: Festival bica patriotismos e patriotadas Próximo Texto: Lançamentos - Pátria sem verde-amarelo: Agosto Negro Índice
|