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"Atingir crianças e adolescentes me assusta"
DA REPORTAGEM LOCAL
Raquel Pacheco/Bruna Surfistinha é uma celebridade. Já
deu entrevista coletiva até fora
do Brasil. Divide-se entre autógrafos e olhares de censura.
Do alto dos 21 anos, sente-se
"assustada" com o fato de atrair
crianças e adolescentes. "Garotos de 12 anos me param na rua,
vão às noites de autógrafo. Tenho medo de incentivar meninas a se prostituírem e jovens
que brigam com os pais a fugirem de casa. Acho que eles podem pensar que no fim tudo dá
certo, como deu para mim."
Segundo ela, seu próximo livro terá conselhos aos jovens
(além, claro, de voltar a descrever transas em detalhes). Para
ela, que começou a ter fama
desde que criou um blog, anterior ao livro, são vários os motivos que atraem as pessoas:
"Tem a curiosidade em relação
à prostituição. Mulheres querem saber o que os homens pedem, por que procuram prostitutas. Há vontade de descobrir
por que uma mulher se submete à prostituição. E o lado da
minha vida, de saber que por
trás de uma garota de programa
há um ser humano", filosofa.
Marise/Vanessa de Oliveira,
31, também passou a experimentar vida de famosa. Ela se
envolveu em um "barraco" que
deverá continuar a fazer a festa
dos "edificantes" programas de
fofoca. Aproveitou um "debate"
no "Superpop", de Luciana Gimenez, para se aliar a Samantha Moraes, ex-mulher do atual
namorado de Surfistinha. As
duas fizeram juntas uma noite
de autógrafos na última quinta.
Por essa razão, Surfistinha
não topou a proposta da Folha
de posar para uma foto ao lado
de Marise no estúdio do badalado fotógrafo Bob Wolfenson.
Elas tiveram de fazer seus
ensaios em horários diferentes.
"As duas se uniram contra
mim", diz Surfistinha. "A única
coisa que digo é que ela não é
escritora", provoca Marise.
Surfistinha não escreveu "O
Doce Veneno". Deu depoimento ao jornalista Jorge Tarquini,
como está dito no próprio livro.
Marise jura ser sua cada letrinha de seu diário. "O negócio é
o seguinte, "guél" (de "girl", garota em inglês), juro para você:
escrever é uma paixão que eu
tenho." Até as citações de Clarice Lispector e Truman Capote saíram de sua cabeça, garante. Que livros leu dele? "Oi? Do
Truman Capote? Deixa eu lembrar... Tu, tu, tu, tu, tu, ai, ai, ai,
ai [puxa pela memória]. Agora
não consigo lembrar, guél. É alguma coisa do dinheiro... Ai, ai,
ai, putz, esqueci, guél."
(LM)
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