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JAZZ
Cantora vem liderando as paradas do gênero da Billboard e já foi até comparada a Ella Fitzgerald
Voz de Jane Monheit conquista Kenny Barron e Ron Carter
DA REDAÇÃO
Pelo telefone, em entrevista à
Folha, a cantora norte-americana
Jane Monheit, 23, fala como quem
economiza a voz. O tom é suave. É
difícil imaginar que do outro lado
da linha está a mulher que, com
seu mais recente CD, "Come
Dream with me", liderou por 13
semanas a parada de jazz da "Billboard" -nesta semana está em
terceiro lugar- e que atrai feras
como o pianista Kenny Barron e o
baixista Ron Carter para as suas
gravações.
"No começo, fiquei nervosa ao
ver aqueles homens no estúdio.
Mas consegui me acalmar e cantei
de maneira que também os estimulasse", diz. Para Monheit, mais
importante do que dividir estúdios com músicos respeitados foi
conquistar seu respeito. Segundo
a cantora, nesse quesito, o belo
rosto virou um estorvo. "É sempre mais desafiador. Passo o tempo todo provando que sou primeiro uma cantora."
O mundo da música começou a
recompensar os esforços da moça
a partir de 1998, quando ela foi vice-campeã na competição de canto feminino do instituto Thelonious Monk. O prêmio que levou
foi uma bolsa de estudos no valor
de US$ 10 mil.
O dinheiro e as aulas acabaram
no ano seguinte, mas ela não sente falta. "Acho que as aulas não
são mais tão necessárias, pois sei
as técnicas e os cuidados para
manter a minha voz em forma.
Eles são meio óbvios: não fumo,
evito bebidas geladas, procuro falar baixo e canto bastante", afirma
a cantora.
Comparação
Depois da estréia no ano passado, com o CD "Never Never
Land", Monheit surpreendeu
muita gente com o alcance da sua
voz. Mas os mais entusiasmados
exageraram, chegando a comparar a novata com a consagradíssima Ella Fitzgerald (1917-1996).
"Talvez essas pessoas tenham
encontrado algumas similaridades devido ao que eu aplico, na
minha música, após ter aprendido nos discos dela", diz Monheit.
"Independentemente disso, não
posso negar que a comparação
me deixa nervosa."
Para ela, é apenas a vontade de
participar do musicalmente sofisticado mundo do jazz que explica
o aumento no número de novas
caras que vêm exercitando seus
talentos no gênero. "Do meu lado,
eu nunca pensei em cantar outra
coisa. Quanto às outras, acho que
pensam como eu. A gente sempre
quis fazer parte disso."
Apesar de já ter gravado "Dindi" e "Águas de Março", a cantora
ainda não tem previsão de quando irá se apresentar na terra de
Tom Jobim. "Talvez no ano que
vem", afirma. "Amo as músicas
dele. As melodias são tão envolventes que eu não consigo resistir.
Quero conhecer a fonte de inspiração."
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