SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Se você tem mais de 30 anos deve se lembrar de Bob Crane, não pelo nome mas como o ator topetudo que dava vida ao coronel Hogan no seriado cômico "Guerra, Sombra e Água Fresca", que a CBS exibiu nos EUA de 1965 a 1971 e o Brasil reexibiu e reprisou por anos e anos.
No programa, ele interpretava um prisioneiro americano durante a Segunda Guerra que infernizava a vida do sargento alemão Schultz, ironicamente interpretado pelo ator judeu John Banner, ele próprio um ex-prisioneiro de um campo de concentração.
Esta é só a ponta do iceberg.
O resto vem sendo revelado nos últimos dias, graças ao filme "Auto Focus", que o Festival de Nova York exibe nesta semana e que estréia nos EUA no dia 18 (infelizmente ainda não tem data no Brasil). Dirigido por Paul Schrader, conta a improvável vida de Bob Crane (1928-78).
O ator era conhecido por ter dois vícios: sexo e o registro de sua vida sexual, que sempre envolvia orgias e trocas de casais. A segunda atividade foi melhorando conforme a tecnologia se desenvolvia. Ele começou fazendo fotografias, passou para polaróides, até que, no final dos anos 60, a Sony inventou o videocassete.
No começo, a empresa cedia alguns aparelhos para personalidades e mandava técnicos para ensinar os usuários famosos. Foi assim que Bob conheceu o instalador John Carpenter, que virou seu amigo e parceiro de surubas, nas quais posava de diretor. Em 78, após uma noitada, Carpenter teria assassinado Bob a golpes de tripé, num crime não resolvido.
Tem mais. Crane teve com duas mulheres diferentes dois filhos, Bobby e Scotty. O segundo é tão fã das estripulias sexuais do pai (e louco por um dinheirinho) que colocou um site no ar em que vende as fotos e os filmes feitos por Bob e John ao longo da vida. Está tudo lá, no www.bobcrane.com, seção "XXX".
E também isso não é o melhor. Desde que os Crane voltaram a ter seus 15 minutos, o primogênito Bobby e o caçula Scotty batem boca no site. O primeiro diz que o pai fez vasectomia em 69, então seria impossível ter tido o outro filho, que nasceu em 71.
O segundo, que é filho do casamento do ator com Patricia Olson (que interpretava a loira Hilda em "Guerra, Sombra" e protagoniza ela própria vários dos filmetes de Bob), diz que pode provar que é filho do homem porque os dois são igualmente "bem dotados" e que a birra de Bobby vem justamente disso...
Com uma realidade dessas, quem precisa dos Osbournes?