ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO

Esqueça o famoso pretinho básico. Esqueça a máxima de que o preto é a cor da moda. Esqueça o dogma de que o povo de moda só usa preto. O verão 2005 vai entrar para a história como a temporada em que os fashionistas deixaram de vestir só preto. A temporada em que usar preto ficou... cafona!
Bem, talvez não chegue a tanto. Mas é verdade que um passar de olhos pelas primeiras filas dos mais importantes desfiles de lançamentos da primavera-verão 2005 de Milão revela que nenhuma das poderosas editoras de revistas e jornais do planeta está vestindo preto -algo que não acontecia há pelo menos dez anos.
E se você pensar que, em tese, são as pessoas da moda quem primeiro absorvem as chamadas tendências, que somente um tempo depois vão chegar para os seres humanos ditos "normais", é questão de tempo até que o planeta inteiro se transforme num arco-íris.
Tudo começou depois do 11 de Setembro. Assim que a marca japonesa Comme des Garçons lançou sua coleção branca, em Paris, uma vontade de cor começou a emergir. De dois anos para cá, esse espírito baixou nas primeiras filas, onde os seus personagens são tradicionalmente avessos a expressões mais exuberantes de estilo.
Ao contrário do que se prega, os especialistas acabam sendo, muitas vezes, mais conservadores do que o grande público -que entende menos de moda.
Tem gente que é capaz de usar o mesmo corte de cabelo por todo o sempre -e o mesmo tipo de roupa. Sem falar na não-maquiagem (ou na sabedoria no uso de produtos em que parece que não há nenhuma gota de base ou sequer uma camada de batom; e é deste mundo que vem o hype do "cor-de-boca").


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