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Pintor holandês deve ser hit da Bienal
da Reportagem Local
Van Gogh é
velho conhecido
dos brasileiros.
Desde 1952, o
Masp possui "O
Escolar" (1888),
a primeira das
cinco telas que
possui do pintor holandês e uma
das maiores jóias de seu acervo, cedida agora, por dois meses, à Bienal de São Paulo.
A 24ª edição do evento conta ainda com outras três telas do acervo
do museu: "Passeio ao Crepúsculo" (1889/1890), "Banco de Pedra
no Asilo de Saint-Remy" (1889) e
"A Arlesiana" (1890). O museu
paulistano conservou apenas a
prematura "Natureza-Morta com
Vaso e Flores" (1884/1885).
O conjunto do Masp forma o núcleo central da mostra do holandês
na Bienal, que conta ainda com
trabalhos de coleções húngaras,
alemãs e holandesas. Não pôde
contar com obras dos principais
detentores do acervo do pintor,
ambos holandeses: o museu Van
Gogh, de Amsterdã, e o Kröller-Müller, de Otterlo.
A culpa foi, em parte, da própria
mostra em Washington, que levou
parte do acervo do museu de Amsterdã. Uma outra parte foi de Paris,
que abriga outra retrospectiva do
artista. Outra foi do próprio Brasil,
que ainda não convence todo o
mundo de sua confiabilidade, embora o Louvre de Paris e o MoMA
de Nova York já tenham cedido
obras este ano.
O cacife do holandês Peter T.
Tjabbes, historiador de arte holandês e gerente internacional da Bienal, conseguiu reunir 27 trabalhos
para a mostra brasileira, entre telas, aquarelas e desenhos.
Van Gogh está na Bienal basicamente porque é um sucesso. Na
edição anterior do evento, foi eleito o pintor que os visitantes mais
queriam ver na Bienal.
A relação de Van Gogh com a antropofagia, conceito que rege esta
edição do evento, é um tanto quanto duvidosa. Vê-se o fato de ele haver cortado sua própria orelha como ato canibalístico, colocando
assim o fato de ser maníaco depressivo como ato estético, e não
de insanidade.
Louvável, porém, é conseguir
obras de Jean-Fançois Millet, um
de seus mestres, e gravuras japonesas, uma de suas paixões.
(CELSO FIORAVANTE)
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