São Paulo, sábado, 3 de outubro de 1998

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Pintor holandês deve ser hit da Bienal

da Reportagem Local


Van Gogh é velho conhecido dos brasileiros. Desde 1952, o Masp possui "O Escolar" (1888), a primeira das cinco telas que possui do pintor holandês e uma das maiores jóias de seu acervo, cedida agora, por dois meses, à Bienal de São Paulo.
A 24ª edição do evento conta ainda com outras três telas do acervo do museu: "Passeio ao Crepúsculo" (1889/1890), "Banco de Pedra no Asilo de Saint-Remy" (1889) e "A Arlesiana" (1890). O museu paulistano conservou apenas a prematura "Natureza-Morta com Vaso e Flores" (1884/1885).
O conjunto do Masp forma o núcleo central da mostra do holandês na Bienal, que conta ainda com trabalhos de coleções húngaras, alemãs e holandesas. Não pôde contar com obras dos principais detentores do acervo do pintor, ambos holandeses: o museu Van Gogh, de Amsterdã, e o Kröller-Müller, de Otterlo.
A culpa foi, em parte, da própria mostra em Washington, que levou parte do acervo do museu de Amsterdã. Uma outra parte foi de Paris, que abriga outra retrospectiva do artista. Outra foi do próprio Brasil, que ainda não convence todo o mundo de sua confiabilidade, embora o Louvre de Paris e o MoMA de Nova York já tenham cedido obras este ano.
O cacife do holandês Peter T. Tjabbes, historiador de arte holandês e gerente internacional da Bienal, conseguiu reunir 27 trabalhos para a mostra brasileira, entre telas, aquarelas e desenhos.
Van Gogh está na Bienal basicamente porque é um sucesso. Na edição anterior do evento, foi eleito o pintor que os visitantes mais queriam ver na Bienal.
A relação de Van Gogh com a antropofagia, conceito que rege esta edição do evento, é um tanto quanto duvidosa. Vê-se o fato de ele haver cortado sua própria orelha como ato canibalístico, colocando assim o fato de ser maníaco depressivo como ato estético, e não de insanidade.
Louvável, porém, é conseguir obras de Jean-Fançois Millet, um de seus mestres, e gravuras japonesas, uma de suas paixões.
(CELSO FIORAVANTE)
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