São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2001

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DA RUA

Os diplomatas

FERNANDO BONASSI

Dedilhando canapês de uísque em punho, contando história. Salário em moeda forte. Condecorações, sobrenomes e talheres. Colhendo cupons fiscais em que se paga imposto e aluguel. Motorista na porta. Terno no armário. Gravata para carne de pescoço, pronto a ser devorado à menor revolução. Aliás, pela verba de representação e pela democracia, penduramos na parede um presidente enfaixado com sorriso amarelo. Se amanhã for outro, amanheceremos diferentes; tudo igual. Os telefones vermelhos de vergonha. A ação cultural das bactérias empoadas. A sopa primitiva de um país esfomeado que, de longe, ouvimos dizer. Fora disso tudo, é favor deixar recado com as secretárias bilíngues. A gente dá o visto.


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