São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

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CDs

Ópera
Russian Album
     
ANNA NETREBKO
Gravadora:
Deutsche Grammophon; Quanto: R$ 35, em média
Com traços delicados e rosto de top model, a soprano russa Anna Netrebko gravou discos de ópera italiana antes de se arriscar pela música de seu país de origem. Com acompanhamento luxuriante da Orquestra do Teatro Mariinski, de São Petersburgo, sob a batuta incandescente do maestro Valery Gergiev, Netrebko coloca sua voz de soprano lírico com habilidade para coloratura a serviço da exigente "Cena da Carta", do "Ievguêni Oniéguin", de Tchaikovski (1840-1893), além de trechos de óperas pouco conhecidas no Ocidente, como "Uma Vida Pelo Tsar", de Glinka; "Guerra e Paz", de Prokofiev; e "A Donzela de Neve", de Rimski-Korsakov.
POR QUE OUVIR: Dicção impecável, pronúncia clara e calor interpretativo fazem deste o melhor dos álbuns solo de Netrebko. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

MPB
65 na Estrada
     
ERASMO CARLOS
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 50, em média
Esta antologia dupla, compilada pelo pesquisador Rodrigo Faour, comemora os 65 anos de idade e 50 do diálogo do Tremendão com a MPB. Num disco, o cantor interpreta canções de outros autores; noutro, é interpretado por gente que vai de Cauby Peixoto ("Brigas de Amor") a Marina Lima ("Mesmo Que Seja Eu"), passando por Caetano Veloso ("Fera Ferida"). Mas o filé está no disco em que um Erasmo Carlos jovem canta "Teletema" (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar), "Agora Ninguém Chora Mais" (Jorge Ben) e dá sua versão para "Negro Gato" (Getúlio Côrtes). Na interpretação e, principalmente, nos arranjos, o rock nacional pode perceber a quem TAMBÉM deve muitas honras na Jovem Guarda.
POR QUE OUVIR: O álbum dá um panorama histórico de Erasmo Carlos, parte mais leve da dupla mais famosa da MPB. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Pop
Ultimate
     
PRINCE
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 35, em média
Prince é antipático, chegou a mudar o nome para um símbolo impronunciável e é temperamental como uma diva, mas ele tem a manha. Desde o final dos anos 70, pegou coisas da disco, do funk, da soul music e transformou em algo só seu que, hoje, dá para encontrar em Beyoncé, Neptunes, Missy Elliott... Esta coletânea vai do segundo álbum dele, de 1978 (com "I Wanna Be Your Lover"), até o início dos 90 (como "Gett Off", "Diamonds and Pearls"). O disco, duplo, tem vários remixes (de "Raspberry Beret", "Let's Work", da indefectível "Kiss"), feitos pelo próprio.
POR QUE OUVIR: Em músicas como "1999", "Sign o" the Times" e "Controversy", Prince definiu o pop dançante dos anos 80. (THIAGO NEY)

Jazz
Ray Sings, Basie Swings
   
RAY CHARLES
Gravadora:
Concord/Universal; Quanto: R$ 35, em média
Só a tecnologia digital permitiria algo assim. Ao achar gravações de concertos que Ray Charles fez na Europa, em meados dos anos 70, o produtor John Burk ouviu grandes vocais, mas o som da banda era precário. Aí teve a idéia: por que não chamar a Count Basie Orchestra (ainda ativa 22 anos após a morte do líder), para gravar novos arranjos e "colá-los" à voz do cantor? Quem desconhece esse detalhe nem desconfia, tal é a perfeição da gravação. Ray brilha em hits como "Georgia on My Mind" e "I Can't Stop Loving You", mas incomoda saber que o encontro jamais ocorreu.
POR QUE OUVIR: Ray Charles estava no auge da forma e os novos arranjos se encaixam bem. Quem não der bola para a farsa, pode se deliciar. (CARLOS CALADO)

MPB
Uma Noite no Chiko's Bar
   
VÁRIOS
Gravadora:
Biscoito Fino; Quanto: R$ 28, em média
Johnny Alf, Leny Andrade e Nana Caymmi, mais os pianistas Luiz Eça e Edson Frederico, eram alguns dos habitués do Chiko's Bar, importante casa de shows carioca dos anos 70 e 80. E os cinco estão reunidos neste disco, produzido e lançado originalmente em 1980, que se pretende um documento de recuperação do clima daquelas noites, com todas as músicas interpretadas com piano-baixo-bateria. Em alguns momentos exagera-se em certa intensidade dramática -típico da MPB da época. Mesmo assim, o álbum tem momentos bonitos, bons músicos e boas músicas.
POR QUE OUVIR: O disco recupera um momento particular da MPB. Há de se dar um desconto à cafonice da capa, a erros de revisão (Haroldo Barbosa virou "Aroldo") e à falta de informação -quando foi gravado, quando foi lançado? Ali não diz. (RONALDO EVANGELISTA)

Trilha sonora
Scoop
   
VÁRIOS
Gravadora:
Decca/Universal; Quanto: R$ 35, em média
Chega ao Brasil antes do filme a trilha sonora de "Scoop", longa dirigido por Woody Allen, com estréia por aqui prevista para fevereiro do ano que vem, trazendo a atriz Scarlett Johansson no papel principal. O disco traz um item brasileiro, "Dengoso", de Ernesto Nazareth, em impagável leitura da big band de Lester Lanin (1907-2004), mas é dominado pela música clássica, com a Filarmônica de Berlim tocando a suíte do "Lago dos Cisnes", de Tchaikovski, sob a batuta de Mstislav Rostropovich, e a primeira suíte de "Peer Gynt", de Grieg, com direção de Herbert von Karajan.
POR QUE OUVIR: Ao reunir exclusivamente uma série de interpretações consagradas de obras completas, e sem música incidental para atrapalhar, o álbum funciona mesmo para quem não viu o longa-metragem. (IFP)

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