São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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DIÁRIO DA CAVERNA

Saudade do Piteco

Caro diário, na noite passada sonhei que era o Cebolinha. Sim, aquele personagem da turma da Mônica que troca os erres pelos eles. Provavelmente foi o resultado de uma superexposição à vinheta da Mostra, inspirada no Piteco, outra criação de Mauricio de Sousa. Com o sonho ainda fresco, lembrei de uma frase de Leon Cakoff, citada no vídeo apresentado durante a abertura da Mostra: "O cinema constrói muito a nossa bagagem do inconsciente".
Tudo isso para falar do filme mais emblemático do festival: "Caverna dos Sonhos Esquecidos", do alemão Werner Herzog. A princípio, parece esquisito um documentário em 3D, mas faz todo o sentido. Conseguimos entrar com na Caverna de Chauvet, na França, para ver as pinturas rupestres mais antigas já encontradas.
Com essas imagens de 30 mil anos (!), Herzog nos revela um "proto-cinema": como nos gibis, alguns animais são desenhados com várias perninhas, sugerindo uma ideia de movimento. Naquele tempo, eram os ursos que cobravam o ingresso.
PS: participei pela primeira vez do jantar em que se decide o Prêmio da Crítica e vi o páreo duro entre "Era uma Vez na Anatólia", do turco Nuri Bilge Ceylan, e "Elena", do russo Andrey Zvyagintsev. O turco ganhou por poucas cabeças.
PS2: parabéns para Amir Admoni e André Abujamra, que criam as vinhetas da Mostra. A deste ano, particularmente, não me sai da cabeça. Saudade do Piteco.

SINOPSE DERRADEIRA
No último dia de um festival de cinema, repórter que cobre o evento percebe que, misteriosamente, sua foto da credencial de imprensa está desaparecendo.

MARCOS DÁVILA, vulgo Peri Pane, deve passar pelo menos três dias sem entrar num cinema (por recomendação médica). Ele escreve alternadamente com Vanessa Barbara durante a 35ª Mostra de Cinema de São Paulo.


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