São Paulo, Sexta-feira, 03 de Dezembro de 1999


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Música local ajudou na escolha

da Agência Folha, em Belo Horizonte

Não foi apenas por sua arquitetura e pelo conjunto urbano dos séculos 18 e 19 que a cidade mineira de Diamantina (a 295 km de Belo Horizonte) recebeu anteontem da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) o título de Patrimônio da Humanidade.
A escolha se deu também por sua história, pela beleza natural da região, pelo folclore, pela gastronomia e pela música, enraizada na cultura da cidade histórica desde o período barroco.
A musicalidade local só ganhou notoriedade neste século, com as badaladas serestas, das quais participava o ex-presidente Juscelino Kubitschek, nascido na cidade. Mas ela existe desde que ela era o Arraial do Tijuco, no século 18.
Em Diamantina nasceu e viveu o mulato liberto José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, filho de português, considerado o maior músico sacro do século 18 nas Américas. A reboque de Mesquita, surgiram outros músicos.
A música do barroco mineiro criada por eles foi, para a historiadora Suzana Sampaio, um elemento que enriqueceu muito o dossiê da cidade mineira.
Além de música, Diamantina produziu também órgãos, construídos pelo padre Manuel de Almeida e Silva. Lobo de Mesquita era o organista que tocava os instrumentos em igrejas do arraial.
Dois séculos depois, a musicalidade da cidade ainda está viva. "Não há uma família diamantinense que não tenha um parente músico ou poeta (letrista)", diz o secretário de Cultura de Diamantina, Erildo Nascimento. Segundo ele, são 91 grupos musicais.


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