|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Música local ajudou na escolha
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Não foi apenas por sua arquitetura e pelo conjunto urbano dos
séculos 18 e 19 que a cidade mineira de Diamantina (a 295 km de
Belo Horizonte) recebeu anteontem da Unesco (Organização das
Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura) o título de Patrimônio da Humanidade.
A escolha se deu também por
sua história, pela beleza natural
da região, pelo folclore, pela gastronomia e pela música, enraizada na cultura da cidade histórica
desde o período barroco.
A musicalidade local só ganhou
notoriedade neste século, com as
badaladas serestas, das quais participava o ex-presidente Juscelino
Kubitschek, nascido na cidade.
Mas ela existe desde que ela era o
Arraial do Tijuco, no século 18.
Em Diamantina nasceu e viveu
o mulato liberto José Joaquim
Emerico Lobo de Mesquita, filho
de português, considerado o
maior músico sacro do século 18
nas Américas. A reboque de Mesquita, surgiram outros músicos.
A música do barroco mineiro
criada por eles foi, para a historiadora Suzana Sampaio, um elemento que enriqueceu muito o
dossiê da cidade mineira.
Além de música, Diamantina
produziu também órgãos, construídos pelo padre Manuel de Almeida e Silva. Lobo de Mesquita
era o organista que tocava os instrumentos em igrejas do arraial.
Dois séculos depois, a musicalidade da cidade ainda está viva.
"Não há uma família diamantinense que não tenha um parente
músico ou poeta (letrista)", diz o
secretário de Cultura de Diamantina, Erildo Nascimento. Segundo ele, são 91 grupos musicais.
Texto Anterior: Patrimônio: Diamantina pára para comemorar Próximo Texto: Joyce Pascowitch Índice
|