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Byrne prefere os vilões
especial para a Folha, em Nova York
Encarnar em "Fim dos
Dias" o papel do Diabo, logo
depois de interpretar um
padre jesuíta em "Stigmata", é uma amostra da grande versatilidade e talento do
ator irlandês Gabriel Byrne.
"Fazer Satanás foi algo que
me transportou de volta à
infância, quando o medo de
tudo, em especial do Diabo,
era uma constante em minha vida", diz. "Talvez o fato
de eu ter sido uma criança
abusada sexualmente pelo
meu professor de latim fez
com que me tornasse um
garoto inseguro, com pavor
do mal que parecia estar
sempre por perto."
Byrne frequentou um seminário na adolescência e,
aos 20 anos, chegou a flertar
com conceitos ateístas. Hoje, aos 49, tem uma visão diferente do Diabo: "Quem
nasce católico cresce com
uma imagem terrível do
Diabo. Mas todos nós somos levados a agir ou presenciar, de alguma maneira,
o lado negativo da vida. É
impossível viver toda uma
vida sem ter experimentado
o mal".
Gabriel confessa sentir
mais prazer em interpretar
vilões: "O mal surge sempre
sem anunciar, tenta seduzir,
impõe seu charme e, por
fim, destrói. Foi interessante
brincar com a idéia da sedução e da destruição ao mesmo tempo".
Ao comentar a experiência de trabalhar com Arnold
Schwarzenegger, Byrne ressalta: "É uma pessoa muito
agradável. Logo em nosso
primeiro contato Arnold
disse: "Você nunca pisou numa academia de ginástica,
certo?". Claro que estava correto", diz Byrne.
"Ele acabou me convidando para visitar a academia
particular dele, onde não
consegui levantar o mais leve dos pesos que ele usa diariamente. Prometi a mim
mesmo nunca mais voltar
àquele lugar, apesar de ele
ser muito bonito, equipado
e limpo", brinca o ator que,
depois de muito tempo longe dos palcos, volta em breve à Broadway, participando de uma peça escrita por
Eugene O'Neill.
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