São Paulo, Sexta-feira, 03 de Dezembro de 1999


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Byrne prefere os vilões

especial para a Folha, em Nova York


Encarnar em "Fim dos Dias" o papel do Diabo, logo depois de interpretar um padre jesuíta em "Stigmata", é uma amostra da grande versatilidade e talento do ator irlandês Gabriel Byrne.
"Fazer Satanás foi algo que me transportou de volta à infância, quando o medo de tudo, em especial do Diabo, era uma constante em minha vida", diz. "Talvez o fato de eu ter sido uma criança abusada sexualmente pelo meu professor de latim fez com que me tornasse um garoto inseguro, com pavor do mal que parecia estar sempre por perto."
Byrne frequentou um seminário na adolescência e, aos 20 anos, chegou a flertar com conceitos ateístas. Hoje, aos 49, tem uma visão diferente do Diabo: "Quem nasce católico cresce com uma imagem terrível do Diabo. Mas todos nós somos levados a agir ou presenciar, de alguma maneira, o lado negativo da vida. É impossível viver toda uma vida sem ter experimentado o mal".
Gabriel confessa sentir mais prazer em interpretar vilões: "O mal surge sempre sem anunciar, tenta seduzir, impõe seu charme e, por fim, destrói. Foi interessante brincar com a idéia da sedução e da destruição ao mesmo tempo".
Ao comentar a experiência de trabalhar com Arnold Schwarzenegger, Byrne ressalta: "É uma pessoa muito agradável. Logo em nosso primeiro contato Arnold disse: "Você nunca pisou numa academia de ginástica, certo?". Claro que estava correto", diz Byrne.
"Ele acabou me convidando para visitar a academia particular dele, onde não consegui levantar o mais leve dos pesos que ele usa diariamente. Prometi a mim mesmo nunca mais voltar àquele lugar, apesar de ele ser muito bonito, equipado e limpo", brinca o ator que, depois de muito tempo longe dos palcos, volta em breve à Broadway, participando de uma peça escrita por Eugene O'Neill.


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