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Brasiliense obtém vitória parcial na briga por Lobato
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Continua a disputa entre a Brasiliense e os herdeiros de Monteiro Lobato pelas obras do autor.
Na última quinta, a editora conseguiu uma vitória no Superior Tribunal de Justiça: uma decisão do
próprio STJ de um mês atrás, que
repassava os direitos de edição
dos livros à família, terá de ser revista por uma câmara especial.
A Brasiliense é editora de Lobato (1882-1948) desde 1945, quando assinou com o escritor um
contrato "ad infinitum" (sua obra
passará a domínio público em
2018, 70 anos após sua morte).
Desde 1998, os herdeiros tentam
rescindir esse acordo e acusam a
Brasiliense de "negligenciar a
obra" com edições de má qualidade. No caso dos livros infantis, as
ilustrações ainda são em preto e
branco, bem menos atraentes do
que outros títulos do segmento. Já
os adultos, como "Urupês", são
raros nas livrarias e tem de ser
procurados em sebos.
A próxima decisão do STJ, ainda sem data prevista, deve encerrar a disputa. Se a câmara confirmar a rescisão contratual, a família volta a ter os direitos da obra e
deverá negociá-la com outras editoras (a Globo, que exibe o "Sítio
do Picapau" na TV, tem, por contrato, prioridade no negócio).
No caso de a câmara do STJ não
concordar com a resolução anterior, a Brasiliense adquire o direito de voltar à disputa pela obra, e
o processo voltará a ser analisado.
Na opinião de Paulo Magalhães,
advogado da editora, a briga está
"longe do fim". Já para Nelson
Ranalli, advogado dos herdeiros
de Lobato, a família retomará a
obra do autor "muito em breve".
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