São Paulo, sábado, 4 de janeiro de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novo livro deverá ser publicado neste ano

da ``New York''

Como todo o resto que o cerca, o livro mais recente de Pynchon é rodeado por boatos. Há quase 20 anos se especulava que ele estaria trabalhando num romance que teria algo a ver com a linha Mason-Dixon (linha imaginária ao sul do Estado da Pensilvânia).
Seu publisher, Henry Holt, anunciou um título que confirma a conjetura: ``Mason & Dixon'' deverá ser lançado ainda em 1997. Segundo o jornal ``Washington Post'', o manuscrito de mil páginas é ``uma releitura das vidas dos topógrafos britânicos Charles Mason e Jeremiah Dixon''.
Segundo uma descrição, inclui "indígenas americanos, habitantes das fronteiras do país, corpetes rasgados, guerra naval, conspirações eróticas e políticas e abuso de cafeína". Uma espécie de cruzamento de Thomas Pynchon com Margaret Mitchell.
``As pessoas sempre têm informações erradas sobre seus livros'', diz Roberts, o editor de Pynchon. ``Duvido que mesmo seus amigos saibam do que trata o livro.''
Seja qual for o tema, o livro representa uma virada na reputação do escritor. ``Pynchon começou magnífico, e depois tivemos aquele livro terrível (`Vineland')'', diz o crítico literário Harold Bloom. ``Espero que ele se redima.''
É difícil imaginar que, seja qual for a reação a seu novo trabalho, Pynchon possa recorrer à estratégia de anunciá-lo numa viagem de divulgação. A revista ``Cups'', porém, informou recentemente que é exatamente o que Pynchon anda pensando em fazer. A idéia provoca risos em Lottchen Shivers, diretora de marketing de Holt.
Há quem pense que uma turnê literária seria um desastre para Thomas Pynchon. ``Apreciar a obra de Pynchon é uma coisa muito sofisticada, e as pessoas que o fazem não curtem esse tipo de evento. Se você lê e compreende seus livros, não quer vê-lo em carne e osso'', diz um agente literário.
E, na realidade, de que adiantaria? ``Não me importa se ele é sexy ou não, se sabe criar frases de efeito ou se consegue conversar com Oprah Winfrey sobre os problemas que o afligem. Ele e sua obra possuem integridade total. Pynchon é um tesouro nacional vivo, como dizem os japoneses'', diz Jeff Seroy, diretor de publicidade da Farrar, Straus & Giroux.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1996 Empresa Folha da Manhã