São Paulo, quarta-feira, 04 de janeiro de 2006

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POLÍTICA CULTURAL

Zelito Viana, que assinou abaixo-assinado em favor de Ferreira Gullar, responde a ataque de secretário do MinC

Objetivo de documento é "cabeça" de Sá Leitão, diz cineasta

DA SUCURSAL DO RIO

Em reação às novas críticas do secretário de Políticas Públicas do Ministério da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o cineasta Zelito Viana disse ontem que um dos objetivos do abaixo-assinado de apoio ao poeta e colunista da Folha Ferreira Gullar é "a cabeça" do assessor.
"Na verdade, estamos pedindo a cabeça dele. Quem é ele? Trabalho em cultura há 40 anos. Já passamos do tempo de acusar os outros de stalinistas", disse Viana.
Na última sexta-feira, o documento assinado por 30 artistas foi encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Cultura, Gilberto Gil. O abaixo-assinado é um protesto contra a carta do secretário do ministério publicada no dia 24 de dezembro na Folha.
Nessa carta, o secretário criticava frase de Gullar durante sabatina da Folha e escrevia: "(...) Não deixa de ser curioso um comunista criticar algo ou alguém por uma suposta "centralização". A "centralização" não era a marca registrada dos finados regimes stalinistas dos quais Gullar foi e segue sendo um defensor?".
O ataque de Zelito Viana foi uma réplica a e-mail de Sá Leitão que, por sua vez, respondia ao abaixo-assinado. Nele, Sá Leitão dizia que sua carta não foi uma iniciativa pessoal, mas do ministério. E afirmava ainda que Gullar acionou sua tropa de choque e encontrou eco "no ócio de Luiz Carlos Barreto e Zelito Viana". Dizia também que Barreto está à frente do abaixo-assinado para se vingar de não ter tido projetos aprovados nas seleções de patrocínio da Petrobras e do BNDES, das quais o secretário participou. Barreto não foi localizado pela Folha para responder à acusação.
"Ele [Sá Leitão] não sabe nada e se arvora de porta-voz. Os caras pensam que o Estado é propriedade deles. Não se pode mais criticar nada? Além disto, se você critica alguém agora tem que ser acusado de de ser stalinista"", acrescentou Viana.


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