São Paulo, terça, 4 de fevereiro de 1997.

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FESTIVAL DE BERLIM
Cineasta critica a demora na confirmação da escolha de sua produção para mostra competitiva
Bellochio retira filme da competição

AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas

O cineasta italiano Marco Bellochio retirou no último fim-de-semana seu novo filme, "O Príncipe de Hamburgo", da lista de concorrentes ao Urso de Ouro do 47º Festival Internacional de Cinema de Berlim. A justificativa de Bellochio foi a pretensa demora na confirmação da escolha do filme para a mostra competitiva.
"O Príncipe de Hamburgo", de fato, não fazia parte da primeira lista de concorrentes europeus, divulgada em 21 de janeiro último. Sua seleção foi anunciada apenas uma semana depois.
Reduz-se, assim, a apenas 24 títulos a lista oficial de concorrentes em Berlim 97, que acontece entre os próximos dias 13 e 24. Mais de metade (13) vem da Europa. Os EUA e a Ásia emplacaram cinco, contra um latino-americano, o brasileiro "O Que É Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto.
Mais uma vez, Berlim pode funcionar como uma prévia do Oscar, dada a seleção de dois dos favoritos deste ano, "O Paciente Inglês", de Anthony Minghella, e "O Povo contra Larry Flynt", de Milos Forman.
Dois dos mais engajados cineastas negros americanos também concorrem. Spike Lee leva "Get on the Bus", sobre a marcha de um milhão de negros capitaneada por Louis Farrakhan em Washington, enquanto John Singleton lança "Rosewood".
A lista de filmes em língua inglesa apresenta ainda "Romeu e Julieta", de Baz Luhrmann, "As Bruxas de Salem", de Nicholas Hytner, "In Love and War", de Richard Attenborough, e "Twin Town", de Kevin Allen.
Representando a França estão "Lucie Aubrac", de Claude Berri, "Port Djema", de Eric Heumann, e "Genealogia de um Crime", de Raul Ruiz.
Além da abertura com "Smilla e o Sentido da Neve", de Bille August, a Dinamarca concorre com "Island on Bird Street", de Soeren Kragh-Jacobsen. Dois são os selecionados espanhóis: "Território Comanche", de Gerardo Herrero, e "Segredos do Coração", de Montxo Armendariz.
A representação européia conta ainda com "Miss Nobody", do mestre polonês Andrzej Wajda, "Três Histórias", da russa Kira Muratova, e um isolado concorrente alemão, "A Vida É uma Pedreira", de Wolfgang Becker.
As chances asiáticas de vitória repousam sobretudo nos ombros do veterano japonês Masahiro Shinoda, com "Setouchi Moonlight Serenade", e do jovem fenômeno de Taiwan Tsai Ming-Liang, com "O Rio". E há "Cozinha", de Yim Ho, que levou ano passado para Hong Kong o Urso de Prata, ou seus compatriotas Derek Yeee e Lo Chi Leung, de "Viva Erotica". A China concorre com "Vigilância", de Huang Jianxin.


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