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Ágora destaca mulheres e cidadãos
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele permanecerá miolo do furacão, imponente, mordaz, sedutor,
enfim, todas as variantes possíveis
a um "herói-vilão". Mas as mulheres e o povo terão vozes mais
dissonantes do que a versão original na outra montagem paulista
de "Ricardo 3º", prevista para
maio no Ágora Teatro.
Na adaptação de Celso Frateschi, também ele no papel-título da
peça dirigida por Roberto Lage,
personagens como a Rainha Margarida e Lady Ana, cujos maridos
são assassinados por Ricardo 3º,
têm poder de reação sublinhado.
Shakespeare escreveu um breve
diálogo de três cidadãos no segundo ato, vizinhos que ruminam sobre as incertezas do reino.
Essa participação é amplificada.
Recém-mergulhado numa
adaptação de Dostoiévski ("Sonho de Um Homem Ridículo"),
Frateschi diz que a idéia é colocar
a história em perspectiva, mais de
quatro séculos depois. Aponta
também possibilidade na tragédia
para entrever o drama psicológico desse homem. "Deseja ser reconhecido, mas quando finalmente consegue colocar a coroa,
percebe que as cosas ainda não estão resolvidas", diz o ator.
(VS)
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