São Paulo, sábado, 04 de março de 2006

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Tablóide teve influência sobre o jornalismo

DA REDAÇÃO

Embora a modernização da imprensa brasileira seja anterior a seu advento, o "Pasquim" mudou convenções e imprimiu um tom mais autoral e menos empolado à linguagem jornalística, posteriormente absorvido e reprocessado por veículos da grande imprensa.
Fenômeno editorial (chegou a vender 200 mil exemplares, algo considerável mesmo hoje em dia), o tablóide, segundo Sérgio Augusto, acabou por dois motivos: "Censura e incompetência administrativa". A equipe do jornal chegou a ser presa pelo regime militar e, segundo Sérgio, teriam ocorrido desvios na área financeira.
Narcísico e anárquico, o "Pasquim" também foi paroquial em sua "ipanemia" -uma "doença fértil", como escreveu Caetano Veloso. O compositor posteriormente entrou em atrito com o semanário, tendo manifestado, entre outras críticas, discordâncias sobre a maneira como o grupo carioca desprezava o dramaturgo Nelson Rodrigues.
Mas nada disso retira a importância do "Pasquim", um dos melhores espelhos de uma época de obscurantismo oficial mas também de qualidade e criatividade no meio cultural.


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