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MOSTRA
Associação Brasil 500 Anos promete resolver os problemas de comunicação visual até amanhã
Sinalização confunde Redescobrimento
FABIO CYPRIANO
da Reportagem Local
Obras de arte sem
identificação. Legendas pequenas e
em locais de difícil
legibilidade. Indicações incorretas
de trabalhos expostos. Dez dias de
funcionamento da Mostra do Redescobrimento foram suficientes
para que a organização do evento
decidisse refazer a comunicação
visual da mostra. O responsável
pela identidade visual, Chico Homem de Mello, planejou que a
maioria das identificações das
obras seriam coladas no chão.
Mas, o tamanho da letras dificulta -e, em alguns casos até impossibilita- a legibilidade dos
textos. "A exposição está um inferno, precisei me ajoelhar para
identificar os autores das obras",
contou à Folha Maria Cecília Pedrosa de Paula Machado, de 79
anos, que cedeu várias obras do
inglês Charles Landseer para o
módulo Olhar Distante.
"Até sexta-feira, todos os problema de comunicação da mostra
estarão resolvidos", declarou a direção da Associação Brasil 500
Anos, através da assessoria de imprensa do evento. Eles prometem
que todas as identificações ficarão
mais altas, sem dificultar tanto o
olhar dos visitantes.
É normal que uma exposição
com 15 mil obras enfrentasse problemas, mas muito terá de ser feito até amanhã para acabar com os
defeitos de comunicação visual da
mostra. A Folha constatou que
dezenas de obras continuam ainda sem identificação, especialmente nos módulos Negro de
Corpo e Alma e Arte Popular.
Entre os artistas não-identificados adequadamente estão o fotógrafo Mário Cravo Neto e o artista
plástico Emmanuel Nassar, este
no módulo da Carta de Caminha.
No módulo Negro de Corpo e
Alma, além das identificações, faltam também 20 textos explicativos. "É claro que as obras falam
por elas mesmas, mas estou indo
conversar agora com o Chico Homem de Mello para solucionar este problema", disse Emanoel
Araújo, curador do módulo.
Araújo confirmou a dificuldade
de compreensão da exposição
sem os textos: "Há partes onde
mostramos obras com perversidades cometidas contra os negros, e sem uma explicação as
obras não têm sentido". É o caso
de uma panela onde a tampa é o
rosto de uma negra. Quem passa
despercebido pode não entender
a intenção crítica da curadoria.
Algumas resoluções foram improvisadas no módulo Arte Barroca: legendas que estavam no
chão e em lugares sem iluminação
foram colocadas dentro de vitrines ao lado das obras, o que certamente não faz parte do conceito
proposto por Bia Lessa, a curadora do módulo.
Mesmo assim, várias placas
continuavam em lugares de difícil
leitura. Além disso, um gráfico
que representava imagens de santos contava com legendas no chão
que não coincidiam com o gráfico.
Se na Oca não há falta de legendas, os problemas são outros. Várias obras ainda não chegaram,
como a réplica do crânio do Homo sapiens que pertence a um
museu de Israel, e era identificado
como "em trânsito".
Evento: Mostra do Redescobrimento
Onde: Pavilhão da Bienal, Pavilhão Manoel da Nóbrega e Oca. Entrada pelos
portões 3 e 10 do parque Ibirapuera (tel. 0/xx/11/ 573-6073)
Quando: de terça a sexta, das 14h às 22h, e sábados, domingos e feriados, das
9h às 22h. Até 7 de setembro
Quanto: de terça a sexta, R$ 7 por pavilhão (R$ 10 para os três pavilhões);
sábados, domingos e feriados, R$ 10 e R$ 15 (os três pavilhões). Os ingressos
podem ser comprados no local ou pelo tel. 0800-780500
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