|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Peça é embate de cafetão e prostitutas
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos espetáculos mais bem
avaliados pela crítica e pelo público no último Festival de Teatro de
Curitiba, "Abajur Lilás" entra em
cartaz hoje em São Paulo, no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).
É a segunda direção de Sérgio
Ferrara para uma obra de Plínio
Marcos. Há dois anos ele montou
"Barrela". Estas são peças como
que estigmatizadas na dramaturgia do autor, consideradas "datadas", focadas na realidade dos
anos de chumbo.
Em suas releituras, Ferrara permite-se cortar aqui e ali, "sem assassinar a essência do texto", em
busca do que há de universal nos
personagens de Plínio, "dramaturgo-padrinho", na definição do
diretor, com quem conviveu durante o processo de "Barrela".
O cafetão, as prostitutas, as gírias ("mocós", "mamunhas", "escambau"), enfim, "Abajur Lilás",
como não poderia deixar de ser, é
fiel à marca realista que Plínio imprimiu em suas peças.
Giro (Francarlos Reis), um homossexual decadente, nas palavras de Ferrara, é o dono do bordel, o mocó, na concepção cenográfica de J.C. Serroni e Laura Caroni. O sujeito explora a veterana
Dilma (Ester Góes), reivindica
"mais produção" da mulher que
chega a fazer oito programas por
noite e vê na "profissão" a chance
de garantir a formação do filho.
Giro também exige "produtividade" de Célia (Magali Biff), alcoólatra e a única que tem coragem de contestar o seu reinado.
Ela procura convencer as demais
a fazer o mesmo. Esse enfrentamento, porém, lhe custará caro.
Leninha (Lavínia Pannunzio) é
a "caçula", inexperiente, mas convicta de que está ali para faturar o
suficiente para se alimentar e
comprar revistas de fofocas sobre
o mundo dos artistas.
(VS)
ABAJUR LILÁS - De: Plínio Marcos.
Direção: Sérgio Ferrara. Com: Ester Góes,
Francarlos Reis, Magali Biff, Lavínia
Pannunzio e Elder Fraga. Teatro
Brasileiro de Comédia - sala Artes (r.
Major Diogo, 315, Bela Vista, tel. 0/xx/
11/3115-4622). Quando: estréia hoje, às
21h30; sex. e sáb., às 21h30; dom., às
20h. R$ 15 e R$ 12 (sex.). Até 26/6.
Texto Anterior: Teatro: "Abajur Lilás" abrange duas gerações Próximo Texto: Quadrinhos: Explosão de Hiroshima é retratada em HQ Índice
|