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CINEMA
Versatilidade de Theron é destaque de programa
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Charlize Theron é daquelas atrizes que fazem a festa de produtores de atrações da TV paga como
este "Famosos", do canal A&E.
Isso porque a atriz sul-africana
tem farto material em sua história
para abastecer os textos "emocionados" e quase sempre piegas de
documentários como este -sua
mãe matou seu pai em autodefesa, aprendeu a falar inglês sem sotaque para "vencer" nos EUA etc.
Na verdade mais uma sucessão
de depoimentos redundantes de
colegas de profissão elogiando a
celebridade retratada, "Famosos"
resume a carreira de Theron em
poucas palavras: "de modelo a
monstro".
Vemos, então, que o programa
centra o foco em seu principal filme, "Monster - Desejo Assassino"
(2003), que lhe rendeu o Oscar de
melhor atriz. Interpretando uma
serial killer lésbica, Theron adotou o método "camaleão" que celebrizou atores como Robert De
Niro: engordou quase 14 quilos,
ficou feia e irreconhecível, já que
sua beleza era o que mais chamava a atenção em sua carreira até
aquele momento.
Foi como se Theron ganhasse
um rosto e uma identidade apenas no momento em que vestiu
uma máscara. Porque, apesar de
ter uma presença física marcante,
digna das grandes estrelas da era
clássica de Hollywood, a atriz de
"Monster" também consegue
passar quase anônima durante a
projeção de um filme.
Ora ela aparece loira, ora morena, ora glamourosa, ora vestida
como um homem: o que poderia
ser um problema -a impossibilidade de criar uma imagem única
e se estabelecer como um ícone-
torna-se uma de suas principais
qualidades. Não há uma figura
única a reter na memória; são várias Charlizes, sempre moldáveis,
tão ao gosto dos cineastas.
E a atriz sabe tirar proveito de
sua versátil condição -tanto que
fez sete filmes entre 2000 e 2001,
por exemplo-, além de dar passos em falso, no sentido artístico,
vide o seu recente "Aeon Flux".
Famosos
Quando: amanhã, às 19h, no A&E
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