São Paulo, quinta-feira, 04 de maio de 2006

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CINEMA

Versatilidade de Theron é destaque de programa

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Charlize Theron é daquelas atrizes que fazem a festa de produtores de atrações da TV paga como este "Famosos", do canal A&E. Isso porque a atriz sul-africana tem farto material em sua história para abastecer os textos "emocionados" e quase sempre piegas de documentários como este -sua mãe matou seu pai em autodefesa, aprendeu a falar inglês sem sotaque para "vencer" nos EUA etc.
Na verdade mais uma sucessão de depoimentos redundantes de colegas de profissão elogiando a celebridade retratada, "Famosos" resume a carreira de Theron em poucas palavras: "de modelo a monstro".
Vemos, então, que o programa centra o foco em seu principal filme, "Monster - Desejo Assassino" (2003), que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz. Interpretando uma serial killer lésbica, Theron adotou o método "camaleão" que celebrizou atores como Robert De Niro: engordou quase 14 quilos, ficou feia e irreconhecível, já que sua beleza era o que mais chamava a atenção em sua carreira até aquele momento.
Foi como se Theron ganhasse um rosto e uma identidade apenas no momento em que vestiu uma máscara. Porque, apesar de ter uma presença física marcante, digna das grandes estrelas da era clássica de Hollywood, a atriz de "Monster" também consegue passar quase anônima durante a projeção de um filme.
Ora ela aparece loira, ora morena, ora glamourosa, ora vestida como um homem: o que poderia ser um problema -a impossibilidade de criar uma imagem única e se estabelecer como um ícone- torna-se uma de suas principais qualidades. Não há uma figura única a reter na memória; são várias Charlizes, sempre moldáveis, tão ao gosto dos cineastas.
E a atriz sabe tirar proveito de sua versátil condição -tanto que fez sete filmes entre 2000 e 2001, por exemplo-, além de dar passos em falso, no sentido artístico, vide o seu recente "Aeon Flux".


Famosos
Quando: amanhã, às 19h, no A&E



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