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Literatura digital tem futuro, mas não substituirá o papel, afirmam autores
DA REPORTAGEM LOCAL
Sim, a literatura on-line tem
tudo para se tornar um sucesso
-ainda que, hoje, não seja possível dizer como. Certo é que,
mesmo com seu desenvolvimento, ela não vai acabar com
as obras em papel.
Essa é a opinião dos autores
que participaram do projeto
We Tell Stories, em que se valeram de ferramentas digitais para contar histórias baseadas em
livros clássicos. A Folha falou
com eles por e-mail.
"Acho que há um futuro brilhante para a literatura digital,
mas a idéia de que a nova mídia
vai substituir tudo é um enorme engano", disse Matt Mason.
"Mesmo quando tivermos
um laptop com a tela da densidade do papel, cujo conteúdo
possa ser "virado" com um toque, como páginas, e que armazene 100 mil obras, o livro de
papel ainda vai ser mais fácil de
levar para a praia e ainda terá
uma bateria mais durável."
A natureza tátil do livro também foi destacada. "A tecnologia de um livro é bastante robusta, muito mais do que a das
mídias em áudio e vídeo. Por
exemplo, você não pode colocar um CD na boca e imergir na
música, mas você pode segurar
um livro e mergulhar na história", disse o paquistanês Mohsin Hamid, que criou uma versão de "As Mil e Uma Noites"
para We Tell Stories.
"As pessoas sempre vão
amar a sensação de segurar um
livro, algo que tem limites, que
cria vida própria e tem alma",
escreveu Charles Cumming.
"Os autores não vão ficar desempregados, mas talvez fique
cada vez mais difícil para as
editoras controlar o fluxo de
conteúdo para plataformas digitais e lucrar com isso."
O casal Nicci French também fez uma defesa apaixonada. "O livro é uma daquelas invenções perfeitas. É barato,
portátil, reutilizável. Você pode
emprestá-lo, viver com ele, colocá-lo no bolso ou em uma estante. Ele preenche uma necessidade com perfeição."
(MAC)
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