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VIDA BANDIDA
Corte e costura
VOLTAIRE DE SOUZA
Conversar sempre é bom.
Idalvo não largava do telefone. Amizades. Negócios.
Prazer. Casado há 15 anos.
Planejava uma farra no feriadão. "Tudo OK, combinado. Desligo." Sua mulher
se chamava Dilene. O ciúme
e a tecnologia faziam sua
parte. Ela grampeou o fone
do escritório. Quando Idalvo chegou em casa, viu a tesoura na mão da mulher.
Tentou explicar. "Foi linha
cruzada. As ligações andam
péssimas." Os percalços da
privatização não o safaram
de levar 15 pontos na região
do pescoço. Tenta agora
costurar um casamento em
frangalhos. Quem cuida da
garganta fala pouco.
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