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Artista revolucionou seu tempo
DO ENVIADO A FLORENÇA
Giotto é considerado o primeiro artista moderno; isso porque
sua arte deu ao homem um status
novo. Com ela, o homem passou a
ser a medida de todas as coisas,
conceito perpetuado com o Renascimento, movimento do qual
é considerado o precursor.
Giotto não se conformava com
o fato de todos os santos terem
aquelas caras imaculadas. Acreditava que, antes de atingir a santidade, todos haviam sido seres humanos e assim deveriam ser representados.
Trata-se de uma revolta pessoal
contra o caráter abstrato e hierárquico da representação da santidade, pregado pela arte bizantina
(no Oriente, cujos santos eram
sempre estáticos) e pela arte gótica (no Ocidente, que os representava em constante êxtase). As virtuosas passagens de suas vidas deveriam então ser carregadas de
emoção e intensidade semelhantes àquelas vividas pelos homens.
Para Giotto, o homem era o ser
mais importante e poderia ser representado sem obedecer as regras da natureza. Ele poderia ser
do tamanho de uma casa ou
maior que uma montanha, por
exemplo. Seu corpo, porém, poderia se assemelhar a um bloco de
pedra, pois não lhe importava a
riqueza de detalhes, mas, principalmente, a expressividade dos
rostos e das mãos.
"E entre os outros adornos de
seus membros, ela tinha as mãos
perfeitas, tão bem feitas que pareciam pintadas pelas mãos de
Giotto", escreveu Giovanni di Pagolo Morelli, em seu livro "Ricordi", de 1483.
Também é frequente em Giotto
a representação dos rostos dos
protagonistas muito próximos.
Isso ajuda o espectador a localizar
o centro do drama.
Giotto foi o primeiro artista a
conquistar o auge de sua fama e
todo o reconhecimento de sua
obra ainda em vida. De dezembro
de 1328 a dezembro de 1333, por
exemplo, viveu na corte do rei Roberto d'Angio, em Nápoles, que,
de tanta afinidade com o pintor,
nomeou-o, em 1330, membro de
sua própria família.
Sua glória era tamanha que poderia cobrar valores muito acima
do mercado da época e ainda assim ser disputado por papas e nobres. Com medo de perdê-lo, já
no fim de sua vida, em 1334, a cidade de Florença nomeou-o chefe
de obras da catedral de Santa Maria del Fiore, dando-lhe ainda a
incumbência de projetar um
magnífico campanário, de 84 metros de altura.
(CF)
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