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Pádua guarda maior tesouro
DO ENVIADO ESPECIAL A PÁDUA
A obra mais importante de
Giotto não está em Florença, mas
em Pádua, mais ao norte da Itália.
Ali o pintor realizou três ciclos de
afrescos para a Cappella dell'Arena, conhecida como capela Scrovegni (nome da família que a encomendou). Giotto realizou nela
três ciclos de afrescos: um com
passagens da vida dos casais Maria e José e Joaquim e Ana (pais de
Maria), outro com vida e obra de
Jesus Cristo e um terceiro dedicado a alegorias dos vícios e virtudes
do homem. Neste último ciclo,
Giotto omitiu, sintomaticamente,
a avareza, vício maior do comitente da obra e dele próprio.
Os afrescos da capela passaram
por uma recente limpeza, que lhe
devolveu parte do brilho original.
Também foi criado um novo sistema de acesso, por uma lateral da
capela, que a isola do contato com
o ar ambiente e mantém as pinturas sob uma iluminação e umidade constantes, além de controlar o
número de pessoas que entram
no local (cerca de 25 por vez). A
entrada custa 10 mil liras (aproximadamente R$ 10).
Giotto começou a trabalhar no
local em 25 de março de 1305, dia
em que ela foi consagrada. Já estava no auge de sua carreira, e o estilo simples e conciso da construção adequou-se como uma luva à
monumentalidade dos afrescos.
A capela foi construída por
Enrico Scrovegni, para melhorar
a imagem de sua família diante da
igreja e da população local, principalmente a de seu pai, Reginaldo, e dele próprio, dois notórios
usurários. Reginaldo foi cantado
por Dante na "Divina Comédia"
como exemplo do mal. Enrico seguiu os passos do pai e teve de fugir para Veneza diante da ira dos
habitantes de Pádua.
(CF)
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