São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2000


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Pádua guarda maior tesouro

DO ENVIADO ESPECIAL A PÁDUA

A obra mais importante de Giotto não está em Florença, mas em Pádua, mais ao norte da Itália. Ali o pintor realizou três ciclos de afrescos para a Cappella dell'Arena, conhecida como capela Scrovegni (nome da família que a encomendou). Giotto realizou nela três ciclos de afrescos: um com passagens da vida dos casais Maria e José e Joaquim e Ana (pais de Maria), outro com vida e obra de Jesus Cristo e um terceiro dedicado a alegorias dos vícios e virtudes do homem. Neste último ciclo, Giotto omitiu, sintomaticamente, a avareza, vício maior do comitente da obra e dele próprio.
Os afrescos da capela passaram por uma recente limpeza, que lhe devolveu parte do brilho original. Também foi criado um novo sistema de acesso, por uma lateral da capela, que a isola do contato com o ar ambiente e mantém as pinturas sob uma iluminação e umidade constantes, além de controlar o número de pessoas que entram no local (cerca de 25 por vez). A entrada custa 10 mil liras (aproximadamente R$ 10).
Giotto começou a trabalhar no local em 25 de março de 1305, dia em que ela foi consagrada. Já estava no auge de sua carreira, e o estilo simples e conciso da construção adequou-se como uma luva à monumentalidade dos afrescos.
A capela foi construída por Enrico Scrovegni, para melhorar a imagem de sua família diante da igreja e da população local, principalmente a de seu pai, Reginaldo, e dele próprio, dois notórios usurários. Reginaldo foi cantado por Dante na "Divina Comédia" como exemplo do mal. Enrico seguiu os passos do pai e teve de fugir para Veneza diante da ira dos habitantes de Pádua. (CF)

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