São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARTES PLÁSTICAS

Terceira edição da Bienal do Mercosul, que acontecerá em outubro, contará com 84 obras dos artistas

Porto Alegre recebe Diego Rivera e Edvard Munch

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A 3ª Bienal do Mercosul, que se realiza entre 15 de outubro e 16 de dezembro em Porto Alegre, trará ao Brasil 84 obras do artista plástico mexicano Diego Rivera (1886-1957) e do norueguês Edvard Munch (1863-1944).
Diego Rivera, ex-marido da também artista plástica Frida Kahlo, é tido como o principal nome das artes plásticas mexicanas de todos os tempos.
Edvard Munch é um dos precursores mundiais do que depois passou a ser conhecido como arte moderna.
O acervo de Rivera, que conta com 52 retratos, abarca todas as fases do artista e, depois de encerrada a 3ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre, segue para uma exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
O dinamarquês Jens Olesen, comissário especial do evento, garante que nunca antes uma coleção de Rivera com tantos e tão representativos originais deixou o México.
Essa mostra, que acontece em Porto Alegre e São Paulo, será, portanto, histórica.
Quatro empresas sustentarão a vinda do acervo, que foi selecionado metodicamente por Juan Coronel Rivera, sobrinho do artista mexicano.
De Munch, serão 12 óleos e 20 gravuras, elaborados entre 1890 e 1940 e que, expostos no Museu de Bergen, nunca vieram para a América Latina.
Rivera tem na motivação sociológica a base de sua obra, em que predominam imagens de trabalhadores e indígenas mexicanos explorados.
Edvard Munch, com seus desenhos, litografias, pinturas e xilografias, tinha a preocupação intimista de retratar a angústia humana. Sua obra mais conhecida é "O Grito".
A bienal acontecerá em diversos pontos da capital gaúcha, mas as obras dos dois artistas serão expostas na Pinacoteca do Margs (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli), localizada na Praça da Alfândega.
Além de Munch, haverá, de fora da América Latina, 20 obras do israelense-dinamarquês Tal R, 32, e oito do chinês Fang Lijun, 37.

Racionamento
A 3ª Bienal do Mercosul antecipará em uma hora o encerramento das mostras (o horário que era das 10h às 22h, passa a ser das 10h às 21h), por força do racionamento de energia, mesmo que o que tenha chegado ao Sul do país seja ainda apenas uma recomendação de economizar 7% da sua energia elétrica.
Há, também, um acordo com a Faders (Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado do Rio Grande do Sul) para possibilitar o acesso a excepcionais na edição deste ano e, também, nas dos próximos anos.
Serão 120 artistas, com 400 obras de 14 Estados brasileiros. Entre os estrangeiros, estarão representados os seguintes países: Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile e Peru (convidado especial).
Além do Margs, o evento ocorrerá no Centro Cultural Santander (na Praça da Alfândega), no hospital psiquiátrico São Pedro (avenida Bento Gonçalves) e no parque Maurício Sirotsky Sobrinho.

Apelo contemporâneo
Apesar do apelo histórico representado por Diego Rivera e Edvard Munch, as obras apresentarão, em sua maioria, abordagens contemporâneas.
Haverá apresentações, entre outros, dos artistas brasileiros Daniel Senise, Adriana Varejão, José Resende, Nuno Ramos, Márcio Giannotti, Marcos Coelho Benjamin e Karin Lambrecht.



Texto Anterior: Protesto pede mais negros na moda
Próximo Texto: Fotografia: Brasileira registra um dia de asilados em Londres
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.