São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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"Em vez de política, prefiro falar de anjos", afirma o holandês Nooteboom

DOS ENVIADOS A PARATY

Candidato recorrente ao Prêmio Nobel e um dos principais nomes da Flip, o holandês Cees Nooteboom fez jus à fama de viajante. Em entrevista coletiva, disse que "passou a vida viajando" e lembrou que na juventude pedia caronas. Foi assim que conheceu a Espanha, onde passa parte do ano e que é tema importante de inspiração.
"Na época, era um país pobre e parecia parado no tempo. Hoje, o país venceu", disse. Ele afirmou que a imigração é um problema transitório, que a globalização é um fenômeno "apenas econômico", mas evitou polêmicas. "Em vez de política, prefiro falar de anjos", disse, em referência a seu livro "Paraíso Perdido", que está sendo lançado. A obra tem duas brasileiras como personagens e descreve rapidamente São Paulo.
Sobre o ofício de escritor, Nooteboom disse que todo autor é um pouco voyeur, ainda que o termo tenha conotação "um pouco negativa". Os autores preferem dizer que são "bons observadores", disse.
Já a cineasta argentina Lucrecia Martel, que se apresenta hoje na mesa "Ficções", declarou que lê pouca ficção. "A literatura que tem a pretensão da verdade, como a ciência ou a medicina, é mais excitante para mim." A diretora disse que sua principal influência foram as leituras que a avó fazia do uruguaio Horacio Quiroga.

Obama
O escritor e humorista americano David Sedaris, que fala hoje na Flip, acaba de vir de uma turnê de lançamento de livro nos EUA, em que perguntou ao público se Barack Obama, candidado democrata à Presidência americana, é ou não circuncidado.
"Eram pessoas que costumam ler a "New Yorker", ou seja, com boa educação", contou. "Achei interessante pois elas diziam que Obama era muçulmano, mas não tinham certeza se muçulmanos eram circuncidados. Pensei: "Quem são vocês?". Obama não é muçulmano. Se pessoas com boa educação acreditam nisso, o que o resto do país está pensando?"


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