|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Meu violão é inquieto", diz compositor
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao avaliar a heterogeneidade dos mineiros -de Milton a Skank, de Ataulfo Alves a Clara Nunes-, Bosco
chega àquele que cita como
"um dos artistas que mais
admiro", o conterrâneo Ary
Barroso. "Ele fez "Na Baixa
do Sapateiro". Identificou o
Brasil todo, com "Aquarela
do Brasil". Fez toadas, canções, sambas. É um ídolo."
E sobre o uso oficial de sua
música nos anos de Getúlio
Vargas? "Quando se comparam o homem e o artista, há
sempre um certo desconforto. Se Luiz Gonzaga foi ligado ao regime militar, isso
não me diz respeito. O que
interessa é a sanfona que deu
nome a todo o Nordeste."
Onde se situa o desconforto entre o Bosco homem e o
artista? "Tento não ser um
conservador. Meu violão é
inquieto, busco algo, não
quero ficar no mesmo lugar.
Acho que fugir, só para a
frente. Morre-se na areia ou
no mar, tanto faz."
(PAS)
Texto Anterior: Música: João Bosco dosa intuição e formalismo Próximo Texto: Branco de alma negra, se branqueia na bossa nova Índice
|