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"NEM TODAS AS MULHERES SÃO IGUAIS"
Homens são objetos do desejo em filme "para meninas"
CYNARA MENEZES
ESPECIAL PARA A FOLHA
É quase certo que o público
masculino não veja méritos
em "Nem Todas as Mulheres São
Iguais" (a adaptação do título é
boboca, esqueça). Típico filme
"para meninas", do tipo que se
convencionou chamar de comédia romântica, podia trazer o aviso: proibido para machões.
Mas há alguns méritos, sobretudo diante de outros do gênero. De
fazer chorar não é, mesmo nos
momentos melosos; tampouco de
gargalhar, embora engraçado.
Realmente feminino, sem dúvida:
os únicos nus frontais da película
são masculinos. E inteligente.
A protagonista, Margaret (Parker Posey), é atraente, mas não
bonita. Suas amigas são belas
-Brooke Shields e Elizabeth
McGovern-, mas estão longe do
estereótipo de mulher invejada,
"rival" da espectadora. São bonitas e boazinhas, não lindas e más.
Há uma mulher linda, má e (como se não bastasse) jovem no filme, a aluna que corteja o professor, marido de Margaret. Sarah
(Amy Phillips), porém, não parece ter muito mais a oferecer que
seu frescor de ninfeta.
Margaret é uma escritora neurótica, casada com o primeiro e
único homem de sua vida, Edward (Jeremy Northam, que também está em "Happy Texas"). Aos
sete anos de casada começa a ser
picada pela curiosidade de provar
outros homens. E que homens! A
começar pelo marido, os homens
fazem bonito nesse filme.
Não é para menos. Seus corpos
são apreciados sob todos os ângulos, principalmente na trama paralela: o livro que escreve Margaret, adaptação do diário escrito
por um filósofo libertino na França do século 18 -o filme é baseado no romance "A Sobrinha de
Rameau", de Cathleen Shine.
Quanto mais mergulha nas
aventuras do filósofo, mais a jovem escritora se confunde em desejos. Por outro lado, o marido
perfeito também está confuso,
com uma pupila insinuando pecado a seu lado todo o tempo. Vai
para casa, Margaret.
Parker Posey ("Amateur" e
"Geração Maldita"), considerada
uma das "musas" do cinema independente, faz rir com um misto
de inocência, sensualidade e histeria.
Brooke Shields surpreende como a amiga fútil e lesbian chic de
Margaret, que acaba lhe roubando um beijo na boca em um momento de tesão irresistível.
De qualquer maneira, são os homens que roubam a cena. Depois
de tantos "Striptease", cruzadas
de pernas, bumbuns arrebitados e
decotes são deixados temporariamente de lado. Dessa vez os objetos de desejo são eles.
Nem Todas as Mulheres São
Iguais
The Misadventures of Margaret
Direção: Brian Skeet
Produção: Inglaterra/França, 1997
Com: Parker Posey, Elizabeth McGovern,
Jeremy Northam e Brooke Shields
Quando: a partir de hoje nos cines
Lumière 2, Jardim Sul 8 e circuito
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