São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2005

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Discreta cozinha do Bellíssimo

JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

Não, o fato de o restaurante Bellíssimo ter a letra dupla, que ficou tão em voga em restaurantes com títulos de pouca imaginação, neste caso não se dá pelo motivo usual: o restaurante apenas adota o sobrenome de sua proprietária, a empresária Cristina Bellíssimo, paulista nascida há 39 anos em Ribeirão Preto. Trata-se de uma casa inaugurada em fevereiro deste ano como uma extensão de um prazer particular da proprietária, que, no período em que morou em Paris (então casada com o jogador Raí), chegou a fazer cursos de culinária para aplicar os novos conhecimentos para melhor receber os amigos.
O Bellíssimo fica nas bordas da Vila Madalena; talvez por essa característica geográfica, ao mesmo tempo adquire características daquele bairro (como a ambientação informal de bar), mas igualmente escapa de algumas delas por estar fora do centro nervoso da boemia; o restaurante fica numa rua calma e é tranqüilo. Fica numa esquina cujo terreno inclinado levou à criação de vários ambientes com pintura caiada, madeira e ferro envelhecido: janelões para a rua na entrada, um balcão superior de espera e mais acima o salão, ornado com fogão a lenha, mesas e cristaleira antigas, pisos de tijolos e uma cozinha aberta. Existe ainda um andar de cima, com teto retrátil e lounge de estilo indiano; e, nas sacadas, ao ar livre, mesas altas de bistrô.
A cozinha é eclética, com petiscos de bar, pratos de inspiração brasileira, alguns clássicos internacionais e até itens da cozinha do Oriente. O cardápio foi montado com a ajuda do consultor Christian Voillot Cruz, que foi proprietário do restaurante Zé Kleber, e a cozinha é tocada com a supervisão de Bellíssimo. Há uma oferta de petiscos de bar, como pastéis de carne e queijo, e bolinho de arroz com carne-seca, além de sanduíches. Ainda nas entradas, uma salada de frango com abacaxi grelhado, folhas verdes e vinagrete de mostarda. Entre os pratos, há novidades como o hambúrguer de carne-seca e o de carne com lingüiça. Seis opções de massas (produzidas por Alessandro Segato) incluem sorrentino de abóbora no azeite e sálvia e lasanha de legumes e funghi. E, entre os peixes, são oferecidos namorado no azeite com salteado de legumes e salmão grelhado com purê de mandioquinha. Nas sobremesas, torta de coco queimado com baba de moça e torta de avelãs, nozes e mel com sorvete.
A calma do lugar parece contaminar um pouco a cozinha, que não chega a ser excitante ou chamar especialmente a atenção. Ao contrário de restaurantes em que ela é fundamental, no Bellíssimo ela parece mais um discreto complemento.


BELLÍSSIMO
Cotação: $$
Avaliação: regular
Endereço: r. Isabel de Castela, 494, Vila Beatriz, tel. 0/xx/11/3815-6174
Funcionamento: ter. a sex., das 11h às 15h e das 18h às 24h; sáb., das 11h às 15h e das 19h30 às 24h; dom., das 9h30 às 17h
Ambiente: recortado, informal
Serviço: distraído
Serviço de vinhos: cerca de 40 rótulos, algumas boas ofertas
Estacionamento: não
Cartões: Diners, Mastercard, Visa
Preços: entradas, de R$ 9 a R$ 15; pratos, de R$ 13 e R$ 26; sobremesas, de R$ 3,80 a R$ 9,30


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