São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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FILMES

TV ABERTA

"Amnésia" joga poeira nos olhos do espectador

Garras de Aço
Record, 23h
 
(Claws of Steal). EUA, 1993. Direção: Jing Wong. Com: Jet Li. Chinês rouba dos ricos para dar aos pobres e põe à prova suas habilidades em artes marciais.

Programados para Matar
Globo, 23h15.
 
(Critical Mass). EUA, 2000, 95 min. Direção: Fred Olen Ray. Com Treat Williams, Udo Kier, Lori Loughlin. Terroristas invadem usina nuclear, instalam uma bomba e pedem dinheiro ao governo para desativá-la. Inédito.

Amnésia
SBT, 0h30.
  
(Memento). EUA, 2000, 116 min. Direção: Christopher Nolan. Com Guy Pearce, Carrie-Anne Moss, Joe Pantaliano. Pearce é um homem disposto a vingar a morte da mulher. Mas como, se ele só tem memória de fatos recentíssimos? Ele terá engenho bastante para isso. Já o filme teve engenho bastante para jogar poeira nos olhos dos espectadores com o bricabraque que se arma.

Escrava do Prazer
Bandeirantes, 2h
 
(Call Girl). EUA, 1995, 85 min. Direção: Robert Spera. Com Melanie Hall, Vincent Dale. Fotógrafa talentosa vê sua exposição fracassar. Sem um tostão furado no bolso, torna-se "call girl", enfrentando os perigos atinentes à prostituição e aos filmes vagabundos.

Acerto Final
SBT, 2h45.
 
(Back to Even). EUA, 1999, 95 min. Direção: Rod Hewit. Com Lorenzo Lamas, Michael Paré. Lamas é convencido de que tem uma enorme dívida e deve pagá-la. A horas tantas, no entanto, Lamas se lembra de que não deve nada e está sendo enrolado pela bandidagem. E parte para o acerto de contas, claro.

Unidos pela Esperança
Globo, 3h.
  
(Safe Passage). EUA, 1994, 96 min. Direção: Robert Allan Ackerman. Com Susan Sarandon, Sam Shepard. Bomba que atinge o alojamento onde está o filho, no Oriente Médio, coloca mãe, pai e os outros vários filhos sob o mesmo teto. Pela primeira vez em muito tempo parece existir algo em comum entre eles. A principal referência é o elenco.

Vingança e Sedução
SBT, 4h30
 
(Ms. 45). EUA, 1981. Direção: Abel Ferrara. Com: Zoë Tamerlis. Thana é estuprada duas vezes no mesmo dia, e no segundo ataque acaba esquartejando o bandido e guardando os pedaços na geladeira, para se livrar aos poucos das partes. Daí em diante, passa a matar desconhecidos na rua, quando os julga agressores de mulheres. Só para SP. (IA)

TV PAGA

Indústria do Holocausto está em plena atividade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O Oscar faz lá sua justiça. Deu a Adrien Brody o prêmio de melhor ator de 2002, mas depois não se ouviu mais falar do protagonista de "O Pianista".
Brody começa como promissor pianista em Varsóvia, perde tudo, é confinado no gueto, escapa, sobrevive -tudo sem mudar de expressão. E talvez seja essa estóica maneira de enfrentar um mundo cambiante, adverso, conflagrado, sem se alterar, que tenha comovido os eleitores do Oscar.
"O Pianista", no mais, não foi premiado só pelo Oscar. Fez a dobradinha Oscar/Cannes, o que equivale mais ou menos a ganhar as Olimpíadas e o campeonato mundial de alguma modalidade (para ficarmos em atualidades).
Pode-se dizer que a indústria do Holocausto vai muito bem, obrigado. Tantos prêmios para um filme que mostra quase em primeiro plano um oficial nazista explodindo a cabeça de sua vítima.
Quer dizer que o filme não vale nada? Não é bem assim. Existe ali a idéia da música que se sobrepõe às iniqüidades da guerra e é capaz de se impor em meio à completa destruição.
Essa idéia ganha corpo no final, mas é como se todo o filme fosse feito para chegar até lá. Lá e à idéia tão cara a Polanski de que o mundo não tem nenhuma lógica. Que, face às injustiças supremas que produz, só resta aos homens sorrir com a ironia do destino que castiga a qualquer um sem perguntar por virtudes ou pecados.
São esses momentos que resgatam "O Pianista". Resgatam, mas não desmentem as proféticas palavras de Godard a respeito do mal que Spielberg estava fazendo quando, com "A Lista de Schindler", "reconstruiu Auschwitz". Na época todo mundo achou que era inveja (e devia ser mesmo, em parte). Com o tempo, vemos como o Holocausto está tão banalizado que só falta alguém começar a fabricar bonequinhos alusivos.


O PIANISTA. Quando: hoje, às 21h, no Telecine Premium.


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