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Centenário de Ataulfo Alves ganha tributos
Cantor tem série de shows no CCSP e CD duplo
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Autor de clássicos como "Ai
Que Saudade da Amélia" e "Atire a Primeira Pedra", além de
ser homenageado com uma
biografia ("Ataulfo Alves - Vida
e Obra") recém-lançada por
Sérgio Cabral, o sambista mineiro Ataulfo Alves (1909-1969) tem seu centenário celebrado ao longo do mês em uma
série de shows no Centro Cultural São Paulo.
Com entrada franca, os espetáculos acontecem nos sábados
e domingos. A abertura é amanhã, com Elza Soares e Milena;
no dia seguinte, sobem ao palco
Maria Alcina e 2ois.
Até o fim do mês, o Centro
Cultural recebe artistas como
Fabiana Cozza, Zezé Motta e
Ataulpho Alves Jr., filho do músico (veja a programação completa no quadro ao lado).
A seleção dos cantores convidados está longe de ser aleatória. Ela reflete os artistas que
aparecem no projeto fonográfico "100 Anos Ataulfo Alves",
box com dois CDs (vendidos
também separadamente), que a
gravadora Lua Music lança simultaneamente ao evento.
Produtor e idealizador dos
discos, Thiago Marques Luiz
conta que, inicialmente, planejava fazer apenas um disco.
"Não ouvi todas as mais de
400 canções do Ataulfo, mas
umas 250 eu escutei. Cheguei à
conclusão de que tinha muita
coisa boa, e não dava para ficar
em um disco só", conta.
O projeto cresceu, a ponto de
abarcar mais de cem musicistas, envolvidos na interpretação de 37 obras, sempre com a
colaboração de Ataulpho Alves
Jr., que sugeriu itens do repertório e intérpretes ligados à trajetória de seu pai, como Edith
Veiga e Luiz Ayrão.
No primeiro disco, ficaram
nomes mais "tradicionais", como Elba Ramalho, Alaíde Costa, Fafá de Belém, Ângela Ro Ro
e Marília Medalha.
No segundo álbum, abriu-se
espaço para as releituras de nomes jovens, como Simoninha,
Wado, Mateus Sartori, Verônica Ferriani e Rômulo Fróes, escolhidos a partir de consultas
com críticos musicais.
"Seria muita pretensão selecionar os cantores da nova geração só a partir da minha cabeça", diz o produtor.
O projeto despertou o interesse do Centro Cultural, que
tem uma política de celebrar
efemérides musicais.
"No mês que vem, faremos,
em parceria com o Consulado
da Áustria, uma homenagem ao
bicentenário de falecimento de
Joseph Haydn (1732-1809)",
afirma Francisco Coelho, curador de música do espaço.
O Centro Cultural está aproveitando a ocasião para lançar o
projeto Paradas Sonoras, constituído de oito totens que funcionam como estações de escuta para os itens já digitalizados
da Discoteca Oneyda Alvarenga
-cujo acervo é formado por 45
mil discos de 78 RPM, 30 mil
discos de 33 RPM e 2.500 CDs.
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