São Paulo, sexta-feira, 04 de setembro de 2009

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Centenário de Ataulfo Alves ganha tributos

Cantor tem série de shows no CCSP e CD duplo

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Autor de clássicos como "Ai Que Saudade da Amélia" e "Atire a Primeira Pedra", além de ser homenageado com uma biografia ("Ataulfo Alves - Vida e Obra") recém-lançada por Sérgio Cabral, o sambista mineiro Ataulfo Alves (1909-1969) tem seu centenário celebrado ao longo do mês em uma série de shows no Centro Cultural São Paulo.
Com entrada franca, os espetáculos acontecem nos sábados e domingos. A abertura é amanhã, com Elza Soares e Milena; no dia seguinte, sobem ao palco Maria Alcina e 2ois.
Até o fim do mês, o Centro Cultural recebe artistas como Fabiana Cozza, Zezé Motta e Ataulpho Alves Jr., filho do músico (veja a programação completa no quadro ao lado).
A seleção dos cantores convidados está longe de ser aleatória. Ela reflete os artistas que aparecem no projeto fonográfico "100 Anos Ataulfo Alves", box com dois CDs (vendidos também separadamente), que a gravadora Lua Music lança simultaneamente ao evento.
Produtor e idealizador dos discos, Thiago Marques Luiz conta que, inicialmente, planejava fazer apenas um disco.
"Não ouvi todas as mais de 400 canções do Ataulfo, mas umas 250 eu escutei. Cheguei à conclusão de que tinha muita coisa boa, e não dava para ficar em um disco só", conta.
O projeto cresceu, a ponto de abarcar mais de cem musicistas, envolvidos na interpretação de 37 obras, sempre com a colaboração de Ataulpho Alves Jr., que sugeriu itens do repertório e intérpretes ligados à trajetória de seu pai, como Edith Veiga e Luiz Ayrão.
No primeiro disco, ficaram nomes mais "tradicionais", como Elba Ramalho, Alaíde Costa, Fafá de Belém, Ângela Ro Ro e Marília Medalha.
No segundo álbum, abriu-se espaço para as releituras de nomes jovens, como Simoninha, Wado, Mateus Sartori, Verônica Ferriani e Rômulo Fróes, escolhidos a partir de consultas com críticos musicais.
"Seria muita pretensão selecionar os cantores da nova geração só a partir da minha cabeça", diz o produtor.
O projeto despertou o interesse do Centro Cultural, que tem uma política de celebrar efemérides musicais.
"No mês que vem, faremos, em parceria com o Consulado da Áustria, uma homenagem ao bicentenário de falecimento de Joseph Haydn (1732-1809)", afirma Francisco Coelho, curador de música do espaço.
O Centro Cultural está aproveitando a ocasião para lançar o projeto Paradas Sonoras, constituído de oito totens que funcionam como estações de escuta para os itens já digitalizados da Discoteca Oneyda Alvarenga -cujo acervo é formado por 45 mil discos de 78 RPM, 30 mil discos de 33 RPM e 2.500 CDs.

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