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CINEMA
Kevin Kline e o ex-Magnum refizeram cena 30 vezes
Selleck beija homem no filme "In & Out"
em San Francisco
Passaram-se 55 anos desde que a
canção "As Time Goes By" nos
ensinou, no clássico "Casablanca", que "um beijo continua sendo um beijo" e ninguém mais parece se encantar com o roçar de lábios no cinema contemporâneo.
Como prova o filme "In & Out",
um beijo é bem mais que um beijo.
A troca de saliva mais falada do
momento acontece entre os veteranos atores Kevin Kline, 49, e
Tom Selleck, 52, que raspou o famoso bigode de "Magnum" para
fazer o personagem.
Dura 40 segundos, foi refilmada
30 vezes em dois dias e garantiu lucro de US$ 15 milhões para a Paramount no fim-de-semana de 19 a
21 de setembro, quando estreou.
"In & Out", ainda sem título em
português ou distribuidor no Brasil, é um preconceituoso e
bem-humorado retrato do drama
vivido pelo professor Howard, interpretado por Kevin Kline.
Culto e bem-educado, ele ganha
a vida ensinando literatura na pacata cidade de Greenleaf.
Às vésperas de arrematar o celibatário noivado de sete anos com
o casamento que é o sonho de sua
mãe, ele é surpreendido pelo ex-aluno Cameron (Matt Dilon).
No filme, o jovem galã recebe
Oscar por interpretar um homossexual e dedica o prêmio ao professor. "Mr. Howard é gay", diz.
A afirmativa de Cameron causa
reviravolta na vida de Howard e dá
início à comédia de costumes.
"Ele não é gay", defende um aluno. "Apenas gosta de poesia, de
Shakespeare e usa guardanapo."
Os diálogos batem na velha e
desgastada tecla que passa para a
frente a generalização de que todo
homossexual se veste com primor,
tem bom gosto e boas maneiras.
O famoso beijo é idéia do personagem de Tom Selleck, um repórter de televisão. Mas mesmo assim, a certa altura, Kevin Kline diz
com todas as letras: "Sou gay".
O filme foi inspirado em Tom
Hanks, que dedicou a seu professor Rawley Farnsworth o Oscar
que recebeu por "Philadelphia".
"Eu quero agradecer a um grande
professor gay", disse durante a
cerimônia, autorizado pelo mestre. Em 1991, Selleck havia movido
processo de US$ 20 milhões contra
o tablóide "The Globe", que afirmou que ele era homossexual.
(ADRIANE GRAU)
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