São Paulo, sábado, 4 de outubro de 1997.




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Escritor é expoente argentino

especial para a Folha

A obra de Juan José Saer foi sendo lentamente construída, ocultando-se numa aparente imobilidade e cercada por uma atmosfera discreta e silenciosa.
O argumento se impôs pouco a pouco: Saer é hoje um dos principais escritores da literatura argentina contemporânea.
A primeira fase de sua obra ainda deixa transparecer -tanto no contista de "En la Zona" (1960) e "Palo y Hueco" (1965) quanto no romancista de "Responso" (1964) e "La Vuelta Completa" (1966)- um realista preso nas armadilhas da prosa borgeana.
Num segundo momento, a partir dos contos de "Unidad de Lugar" (1967), empreende uma virada radical, estruturando suas narrativas a partir de um questionamento da própria arte de narrar.
Saer persegue um sistema narrativo capaz de integrar poesia e realismo, manter uma tensão entre paisagem e pensamento.
Apesar de Saer viver em Paris, seus livros perseguem essa aludida unidade do lugar, privilegiam um espaço físico rio-pratense, entre a província de Santa Fé e a região dos Pampas. Mas é a partir desse "lugar" que Saer constrói sua geografia cultural: J.L. Borges, Felisberto Hernández...
Embora menos conhecido, Saer tem sido considerado por Ricardo Piglia como o seu principal interlocutor.
Entre 1985 e 1988, ambos dirigiram a revista "El Traje del Fantasma" e, no ano passado, participaram de uma conversa em torno da atividade literária que resultou no livro "Diálogo", editado pela Universidade Nacional del Litoral, de Santa Fé. (AM)



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