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Thales Pan Chacon e Fernanda Torres em "Eu Sei Que Vou Te Amar", filme que mostra casal separado revivendo seu relacionamento

RODRIGO DIONISIO
da Redação

Começa hoje a distribuição para as locadoras dos dois primeiros DVDs produzidos com filmes brasileiros. "Eu Sei que Vou te Amar" e "Eu te Amo", ambos do diretor Arnaldo Jabor, foram os escolhidos para estrear mais esse filão de mercado para o cinema nacional. Os filmes já estão disponíveis em VHS e receberam, no novo formato, legendagem em inglês, visando a distribuição no mercado norte-americano.
As duas produções marcaram a carreira de Jabor de uma forma muito importante, segundo o próprio diretor. "São os meus dois "De Olhos Bem Fechados'", afirma, em referência ao último filme de Stanley Kubrick, lançado este ano após a morte do cineasta norte-americano.
Os filmes também representaram uma possibilidade, segundo Jabor, de passar dos temas políticos e sociais -que marcavam sua filmografia em trabalhos como "Pindorama" e "Tudo Bem"- para uma abordagem dos relacionamentos de um ponto de vista psicológico. "Foram exercícios de coragem para a época e de auto-exposição para mim", afirma.
"Além disso, eu gosto muito do requinte formal dos dois. Principalmente de "Eu Sei que Vou te Amar", do qual eu cuidei da luz, do som, da montagem, acompanhei plano a plano, quadro a quadro. Foi um trabalho de fino labor", completa.
"Eu te Amo" fez carreira internacional, sendo distribuído para 22 países, e "Eu Sei que Vou te Amar", além de virar peça teatral, deu a Fernanda Torres o prêmio de melhor atriz em Cannes.
O segundo só não saiu do Brasil por ter sido considerado "ilegendável" pelos distribuidores internacionais. "Eles argumentaram que os diálogos eram muito longos e densos, e que era simplesmente impossível fazer legendas para ele", explica o diretor.
Jabor acredita que os filmes têm chance de emplacar no novo formato. "Foram filmes que fizeram sucesso no Brasil, que tiveram um bom público. "Eu te Amo" teve 4 milhões de espectadores, e "Eu Sei que Vou te Amar", 4,5 milhões. Nós temos blockbusters brasileiros, só não lembramos disso", diz.
"Infelizmente, isso também mostra como o cinema nacional foi para o brejo de lá para cá. "Central do Brasil" só fez 1 milhão de espectadores no país", complementa o diretor.
Ele adianta que mais duas obras da sua filmografia devem ir para o DVD muito em breve. Os filmes escolhidos são "Toda Nudez Será Castigada", de 1973, e "O Casamento", de 1976.
Mas afinal a produção digital representa o futuro da produção cinematográfica brasileira? "Mundial. Acredito que em breve os filmes serão filmados em disquete e transmitidos por satélite para os cinemas do mundo", diz Jabor.


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