São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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CRÍTICA

Banda opera um milagre

DA REPORTAGEM LOCAL

Parece um milagre. Mesmo em condições "normais", dificilmente um grupo de rock independente, cantando em inglês, no Brasil -na Bahia, onde "o rock é o inimigo público número um", segundo o vocalista e letrista Messias-, gravaria um disco tão bom quanto este.
Quando ficamos sabendo que a banda gravou este disco sob o estresse de ter de correr atrás de instrumentos emprestados todas as noites, deixando de dormir para trabalhar duro também durante as madrugadas, sem tempo para ensaios ou para trabalhar em novas composições, não dá para negar que esses caras, além de competentes, têm muito amor à arte.
O terceiro disco do brincando de deus -o segundo feito em estúdio- é coerente com a proposta heróica, talvez até megalomaníaca, da banda: fazer rock honesto, sincero, independente e com qualidade internacional.
Buscando inspiração em grupos surgidos nos anos 80, como Smiths, My Bloody Valentine e, principalmente, Durutti Column, o brincando de deus mostra-se como um grupo de instrumentistas coesos, de compositores de talento, combinando melodia e barulho em um som lo-fi.
O resultado é um pop de primeira, acessível, mesmo sendo independente, que poderia muito bem estar tocando nas rádios.
E as letras também são de qualidade, simples, mas não simplistas, em bom inglês -com trechos em bom português. "The Best on You", "Allegro 2", "Sexism (Sex in 69)" e as outras faixas do disco, além do belíssimo projeto gráfico, são ótimos motivos para comprá-lo, se você conseguir encontrá-lo -experimente pedir pelo e-mail deus@deus.art.br. Amém. (MV)
brincando de deus     
Banda: brincando de deus
Lançamento: independente
Quanto: R$ 20, em média



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