|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA
Banda opera um milagre
DA REPORTAGEM LOCAL
Parece um milagre. Mesmo
em condições "normais", dificilmente um grupo de rock independente, cantando em inglês,
no Brasil -na Bahia, onde "o
rock é o inimigo público número
um", segundo o vocalista e letrista
Messias-, gravaria um disco tão
bom quanto este.
Quando ficamos sabendo que a
banda gravou este disco sob o estresse de ter de correr atrás de instrumentos emprestados todas as
noites, deixando de dormir para
trabalhar duro também durante
as madrugadas, sem tempo para
ensaios ou para trabalhar em novas composições, não dá para negar que esses caras, além de competentes, têm muito amor à arte.
O terceiro disco do brincando
de deus -o segundo feito em estúdio- é coerente com a proposta heróica, talvez até megalomaníaca, da banda: fazer rock honesto, sincero, independente e com
qualidade internacional.
Buscando inspiração em grupos
surgidos nos anos 80, como
Smiths, My Bloody Valentine e,
principalmente, Durutti Column,
o brincando de deus mostra-se
como um grupo de instrumentistas coesos, de compositores de talento, combinando melodia e barulho em um som lo-fi.
O resultado é um pop de primeira, acessível, mesmo sendo independente, que poderia muito
bem estar tocando nas rádios.
E as letras também são de qualidade, simples, mas não simplistas, em bom inglês -com trechos
em bom português. "The Best on
You", "Allegro 2", "Sexism (Sex in
69)" e as outras faixas do disco,
além do belíssimo projeto gráfico,
são ótimos motivos para comprá-lo, se você conseguir encontrá-lo
-experimente pedir pelo e-mail
deus@deus.art.br. Amém.
(MV)
brincando de deus
Banda: brincando de deus
Lançamento: independente
Quanto: R$ 20, em média
Texto Anterior: Renascido das cinzas, brincando de deus lança CD Próximo Texto: TV 50 anos Índice
|