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A demolição de Ryan Adams e o baixo no White Stripes
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Cala a boca e vá dormir",
grita o herói do country-rock americano Ryan Adams, depois de cansar de pensar em bobagens como Porsches e violetas
ardendo em chamas por causa de
uma explosão nuclear.
A linda canção "Nuclear" já está
em single (lá fora), nas rádios (lá
fora) e na internet (ufa!). É o primeiro registro de "Demolition",
terceiro álbum solo do jovem músico, coleção de demos gravadas
por Adams em várias sessões em
várias cidades, durante suas viagens na longa turnê passada.
Adams viajou e viajou graças ao
ótimo "Gold", o disco anterior,
editado no Brasil.
Na verdade, "Demolition" não é
ainda o sucessor de "Gold", segundo o próprio Ryan Adams. É
um aperitivo enquanto o "verdadeiro" disco novo não vem.
Ryan compõe músicas tanto
quanto utiliza a palavra "love" em
suas canções. O rapaz está em plena produção em larga escala desde que estourou, com "Gold". Na
turnê, entre dezembro de 2000 e
até este ano, compôs canções suficientes para encher cinco álbuns.
Em "Demolition", essa energia
criativa de Adams está em estado
bruto. Tem músicas admiráveis e
outras descartáveis. Quando as
canções são boas, como "Nuclear", "Cry on Demand" e "Starting to Hurt", são muuuuito boas.
Na devastadora balada "She
Wants to Play Hearts", para citar
mais uma, ele machuca cantando
que é um brinquedo quebrado na
mão de uma garota solitária.
Graças a elas dá para perdoar o
fato de Ryan Adams ter regravado
à moda alt-country todo o primeiro CD dos Strokes, o "Is This
It". Perdoar não por ter gravado
(quem ouviu diz que é maravilhoso). Perdoar, sim, por ter decidido
não lançar.
White Stripes "diferente"
Lembra a sensacional história
do líder do veterano grupo californiano Redd Kross, o Steven
McDonald, com o White Stripes?
Aquela em que McDonald pegou o excelente disco "White
Blood Cells", da banda de Detroit,
só com guitarra e bateria, e colocou baixo em todas as músicas?
Só recordando, McDonald ia regravando as canções, interferindo
do seu modo e depois postando as
canções mexidas no site oficial do
Redd Kross. Transformou o disco
em "Redd Blood Cells", botou sua
imagem, em montagem, na capa
do CD, e se autoproclamou o terceiro White Stripes.
Pois o CD completo, o raro
"Redd Blood Cells", o White Stripes mexido, com baixo e backing
vocal, pode ser encontrado inteiro
na rede e começa a circular por lojas de importados no centro de
São Paulo.
lucio@uol.com.br
AIR GUITAR
CD deixa tocar com Queen e Blur (de mentirinha)
A ótima prática do air guitar ganha força no Brasil, mais ou menos. Sai o CD duplo "Guitar Heroes" (EMI), que na verdade, lá fora, tem o nome de "The
Best Air Guitar Album in the World... Ever". Mesmo com esse nome "comercialmente" besta, o CD é ótimo guia para fazer o ouvinte empunhar sua
guitarra imaginária, "treinar" a "Song 2" e ver se dá para entrar para o Blur, no lugar do guitarrista original, que saiu.
ELECTRO
CD da Miss Kittin está saindo no Brasil
"First Album", disco da libidinosa Miss Kittin e seu parceiro The Hacker, trilha da dominação electro, deve chegar às lojas na semana que vem. É um lançamento da FNM e tem o pornô-hit "Frank Sinatra".
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