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CINEMA/ESTRÉIA
"SCOOBY-DOO"
Adaptação decepciona com pouco humor e visual cafona
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
A pergunta "Scooby-Doo,
cadê você?", marca registrada do personagem dos estúdios
Hanna & Barbera, cai como uma
luva para a versão em longa do
desenho animado. Para as gerações que cresceram vendo o desenho, está quase irreconhecível o
Scooby em computação digital.
O aspecto físico do cão, porém,
é o que menos incomoda. A traição ao espírito da série é mais grave. Ao longo dos 30 anos no ar, o
desenho trouxe as histórias de
fantasma contadas como comédias pastelão. O fim era sempre o
mesmo, com o vilão, um humano
disfarçado de assombração, desmascarado e exposto ao ridículo.
Mas o filme tem monstrinhos
de fato, criados em computador,
mas que são sem carne humana
sob suas fantasias. E o final, quando o "grande mistério" é desvendado, é muito decepcionante.
Para completar, cores e traços
estilizados de um desenho animado foram reproduzidos no visual
do filme. O resultado parece um
desfile de carnaval "fake", um
imenso cenário de Halloween.
História fraca, pobre em humor, visual cafona, trilha sonora
pior ainda, em resumo: é triste o
destino de "Scooby-Doo" no cinema. Pelo menos a Warner usou
as vozes dos dubladores originais,
até mesmo as de Scooby (do ator
Orlando Drummond) e de Salsicha (Mário Monjardim).
Scooby-Doo
Produção: EUA/Austrália, 2000
Direção: Raja Gosnell
Com: Freddie Prinze Jr., Sarah Gellar
Onde: a partir de hoje nos cines Center
Penha 3, Pátio Higienópolis 4 e circuito
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