São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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CINEMA/ESTRÉIA

"SCOOBY-DOO"

Adaptação decepciona com pouco humor e visual cafona

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

A pergunta "Scooby-Doo, cadê você?", marca registrada do personagem dos estúdios Hanna & Barbera, cai como uma luva para a versão em longa do desenho animado. Para as gerações que cresceram vendo o desenho, está quase irreconhecível o Scooby em computação digital.
O aspecto físico do cão, porém, é o que menos incomoda. A traição ao espírito da série é mais grave. Ao longo dos 30 anos no ar, o desenho trouxe as histórias de fantasma contadas como comédias pastelão. O fim era sempre o mesmo, com o vilão, um humano disfarçado de assombração, desmascarado e exposto ao ridículo.
Mas o filme tem monstrinhos de fato, criados em computador, mas que são sem carne humana sob suas fantasias. E o final, quando o "grande mistério" é desvendado, é muito decepcionante.
Para completar, cores e traços estilizados de um desenho animado foram reproduzidos no visual do filme. O resultado parece um desfile de carnaval "fake", um imenso cenário de Halloween.
História fraca, pobre em humor, visual cafona, trilha sonora pior ainda, em resumo: é triste o destino de "Scooby-Doo" no cinema. Pelo menos a Warner usou as vozes dos dubladores originais, até mesmo as de Scooby (do ator Orlando Drummond) e de Salsicha (Mário Monjardim).


Scooby-Doo  
Produção: EUA/Austrália, 2000
Direção: Raja Gosnell
Com: Freddie Prinze Jr., Sarah Gellar
Onde: a partir de hoje nos cines Center Penha 3, Pátio Higienópolis 4 e circuito



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